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Porque é que nos devemos confessar?
Porque é que nos devemos confessar? Aprofundando … • O sacramento da penitência, conhecido normalmente pelo nome de confissão, é sem dúvida o mais difícil de celebrar e de viver. • De facto, recuperando a dimensão fundamental do Baptismo, este sacramento exprime o coração da vida cristã: a renúncia ao bem e a conversão a Deus. • Assim, distanciar-se do mal para seguir o Senhor sendo plenamente homem segundo o projecto de Deus não será nunca fácil. • Este sacramento é, antes de tudo, uma celebração e manifestação do poder do amor de Deus que é maior e mais forte que os nossos pecados. • Por isso, a celebração da penitência é sobretudo uma festa que nasce da alegria de sabermo-nos perdoados, não porque o mereçamos, mas porque Jesus assim o quer para nós; não pelas nossas forças, mas pelo amor de Deus que supera todas as nossas infidelidades e compensa todas as nossas incapacidades. • Este facto exprime visivelmente como a salvação é um dom de Deus gratuito, sem limites. É necessário clarificar o significado de pecado… • Não é possível conhecer e apreciar o sacramento instituído por Cristo se não tenho, tanto quanto possível, uma ideia concreta de pecado. Um dos efeitos do ES em nós é de facto esse de nos ajudar a ser mais conscientes do nosso pecado (cfr. Jo 16,8-9). 1) O pecado não é somente uma simples transgressão... O pecado não é somente uma falha simples, uma simples acção contra a lei. O pecado é sermos conscientes e ter vontade de fazer o mal. Nasce de facto do coração: “De facto, é do coração que provêem os propósitos da maldade, o adultério, o homicídio, a prostituição, o roubo, o falso testemunho, as blasfémias” (Mt 15,19). 2) O pecado é a recusa de Deus… O pecado é, em última análise, uma profunda escolha deliberada dos ídolos. No AT a palavra pecado significa a infidelidade ao único Deus para adorar outros deuses, com todas as consequências morais desta desordem. Fundamentalmente cada vez que pecamos é estar a recusar o lugar de Deus em nós, para nos metermos nós no seu lugar, o ídolo do nosso egoísmo, da nossa soberba, com todas as inevitáveis consequências de escravidão, vícios, violência, desprezo pelos outros… 3) O pecado é a recusa dos outros … Cada acto de idolatria é um golpe, uma machadada que damos à aliança, ao projecto de Deus que é de fazer de todos os homens e mulheres a Sua família. Qualquer que seja o pecado, mesmo aquele consomado no segredo do nosso coração, é assim, em última análise, uma ferida provocada na comunhão fraterna, uma vez que cada pecado é sempre uma forma de egoísmo idolátrico que encolhe o homem sobre si mesmo. 4) O pecado é a recusa de si mesmo … Cada acção maldosa volta-se sempre contra quem a cometeu. O mal destrói quem o pratica. Cada vez que cedemos a essa tendência pecadora do nosso ser, destrói pouco a pouco a imagem de Deus que existe em nós. O Pecado pode ser: Mortal e Venial O pecado grave (dito também mortal porque conduz à morte da vida divina que existe em nós) é uma acção que nos escraviza, em matéria importante, cometido com pleno consciência e consenso deliberado. O pecado Venial é uma infracção à lei de Deus em matéria ligeira, ou mesmo grave, mas sem plena consciência e consenso deliberado, e aqui não há uma vontade determinada e consciente de recusar Deus em nós. O pecado comete-se em: • PENSAMENTOS • PALAVRAS • OBRAS • OMISSÕES Recordemos os 10 mandamentos : 1. Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas. 2. Não invocar o santo nome de Deus em vão. 3. Guardar domingos e festas de guarda 4. Honrar pai e mãe (e outros legítimos superiores). 5. Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo). 6. Guardar castidade nas palavras e nas obras. 7. Não furtar (nem injustamente danificar os bens do próximo). 8. Não levantar falso testemunho (nem de qualquer modo faltar à verdade ou difamar o próximo). 9. Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos. 10. Não cobiçar as coisas alheias. Cinco elementos para celebrar este sacramento: • Exame de consciência. É necessário preparar-se para a a confissão examinando com sinceridade corajosa a sua própria vida à luz do evangelho. • Sentir “dor” dos pecados. Não existe verdadeira reconciliação nem com Deus nem com os irmãos, se não há um autêntico arrependimento interior. Cinco elementos para celebrar este sacramento: • Propósito de não voltar a cometer esse • • pecado. Apesar da fraqueza humana, devemos fazer um propósito sério de evitar voltar a cometer esse pecado. Acusação dos pecados. A sinceridade da conversão exprime-se normalmente no confessar (dizer) os pecados pedindo perdão a Deus através do sacerdote. Satisfação ou penitência. A sinceridade da conversão e da dor exprime-se também através de gestos concretos de amor para com Deus e para com o próximo com a intenção de se reparar de qualquer modo o mal que cometemos. Porquê confessar-se? • Porque somos débeis e muito frequentemente caímos no pecado... – “O homem justo peca 7 vezes ao dia” • Porque Jesus quis deixar o seu perdão neste sacramento... – “Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus, e tudo o que ligares na terra será ligado no céu e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” Porquê confessar-se? • Porque nos reencontramos em paz com Deus, com a Igreja e connosco mesmos... • Porque reiniciamos o nosso caminho com mais força, mais fé e confiança... • Porque obtemos aquela graça sacramental que nos permite ser mais fortes e resistentes nas tentações...