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Italia apre il Carnevale 2005
HISTÓRIA OLÍMPICA: ITÁLIA ENTRE OS GIGANTES DO ESPORTE MUNDIAL Ano 10 Nº81 Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2004 Diretor: Julio Vanni ISSN 1676-3220 R$ 4,50 Diretor - Presidente: Pietro Domenico Petraglia MOCIDADE: Italia apre il Carnevale 2005 llo e t s a C é Jos : a t is v e r nt e i s che c u L 2 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 NOTÍCIAS | Comunidade OPINIÃO | Serviço ao Leitor e d i t o r 3 i a l COSE NOSTRE Gisele Maia Entretenimento com cultura e informação Do ódio à esperança A té fecharmos esta edição, não tivemos notícias animadoras sobre o caso das italianas Simona Pari e Simona Torretta, as duas jovens de 29 anos seqüestradas em Bagdá, no dia 7 de setembro. O chanceller da Itália, Franco Frattini, prefere não falar, por enquanto, dos resultados de sua missão no Golfo Pérsico. Não sabemos sobre as formas de cooperação de outros países árabes e sobre as medidas práticas para que as reféns sejam libertadas. Enquanto isso, o presidente Carlo Azeglio Ciampi se junta ao coro dos franceses, que passam por situação semelhante com dois jornalistas presos no Iraque, e faz um apelo: “Libertem-nas!”. As pressões sobre o governo italiano, para que sejam retiradas as tropas do Iraque, se intensificam e as ameaças a Berlusconi são publicadas e renovadas diariamente em sites da Internet. Diante de tal cenário, o que fazer para evitar histórias tristes como a do jornalista Enzo Baldoni, executado há alguns dias? Já passa da hora de refletirmos sobre os fatores que geram tanta incerteza entre os povos e o clima de retorno à barbárie. Na lógica da “guerra para prevenir o terror” e do “terror em resposta às investidas de prevenção”, a bola de neve já começa com avalanche. A “Italia Amica” não é mais a terra distante de que só nos resta ter saudades ou lastimar pelos equívocos even- tualmente cometidos por lá. Com as recentes conquistas para italianos no exterior, deixamos de ser simples espectadores. Adquirimos direitos há muito reivindicados, mas eles nos trazem também responsabilidades. Daqui do Brasil, país que abriga o maior contingente de oriundi, poderão sempre brotar novas possibilidades; formas de luta que terão a vantagem de um olhar distanciado e, por isso mesmo, capaz de gerar reflexões distintas de quantas haja. Na matéria “Scuola della Pace” desta edição, o leitor poderá conhecer iniciativas pela não-violência entre os povos. Para muitos, o caminho é a educação, o contato com a realidade e a cultura do outro, e a busca incessante pelo diálogo. No que se refere ao fortalecimento da Comunidade ítalo-brasileira, notícias de esperança: com um abaixo-assinado, descendentes, que estão em diversas partes do mundo e não têm o direito à cidadania, continuam brigando pelo “Direito de ser italiano”. O documento já tem uma grande repercussão por aqui e, com uma matéria esclarecedora, Comunità pretende também contribuir. De resto, os leitores já sabem: entrevistas, lançamentos do mercado editorial, costumes e opções de diversão. Boa leitura! Pelo direito de ser italiano O Comites – Comitato Degli Italiani all’Estero – do Rio de Janeiro começou, em agosto passado, a reunir assinaturas de descendentes de italianos que, apesar dos laços sangüíneos, não têm direita à cidadania. O abaixo-assinado possui duas frentes de protesto. Primeiro, contesta as heranças de uma lei italiana de 1912, considerada ilegítima pela Carta Maior da Constituição de 1948, mas cujo atestado de inconstitucionalidade não teve efeito retroativo. Contesta também uma dos aspectos da Lei número 91 de 5 de fevereiro de 1992. No primeiro desses casos, a conseqüência prática é que descendentes por parte materna nascidos antes de 1948 (data em que entrou em vigor a Constituição da República, votada após a Segunda Guerra) não são reconhecidos cidadãos. A situação pode ser muito bem ilustrada pelo caso do engenheiro aposentado Arthur Laino Maia. Nascido em 1946, no Rio de Janeiro, filho de mãe calabresa e pai brasileiro, ele nunca conseguiu a dupla nacionalidade, apesar dos laços familiares e de uma grande paixão pela cultura italiana. “A família da minha mãe sempre se reunia para relembrar a vida na Itália e isso gerou em mim um grande interesse”, explicou. “Eu sempre quis recuperar o vínculo”. Em 2002, ele chegou a enviar uma carta a 38 parlamentares brasileiros de origem italiana (entre os quais estavam Rita Camata, Eduardo Suplicy e José Serra) e ao Congresso italiano pedindo para que eles se pronunciassem em relação a essa lei considerada injusta. O documento, publicado na edição 60 de Comunità, teve grande repercussão e alcançou as mãos de Mirko Tremaglia, ministro dos italianos no exterior. Entretanto, a primeira manifestação massiva e concreta para a revogação dessa lei é, de fato, o recente abaixo-assinado. “No primeiro tempinho livre que tive, fui ao Comites apoiar essa iniciativa e pedi a muitos conhecidos que apoiassem também. Hoje, além de tudo, eu tenho uma filha morando na Holanda e ficaria mais tranqüilo se ela se tornasse cidadã européia”, diz Laino. A história da Lei 91 de 5 de fevereiro de 1992 é mais complicada: depois de emigrarem, muitos italianos acabaram se naturalizando no estrangeiro, a maioria deles para arranjar um emprego público. Ao optarem pela naturalização, perdiam automaticamente a cidadania de origem. Entre 1992 e 1995, o governo italiano abre, em vários países do exterior, um “período de anistia”, durante o qual aqueles que se naturalizaram no Brasil, por exemplo, poderiam reaver a cidadania italiana sem perder a brasileira. Os filhos maiores de idade (18 anos) desses emigrantes, contudo, não foram reconhecidos, o que torna a Lei discriminatória. É exatamente essa situação que o Comites pretende mudar. Segundo Francesco Perrotta, presidente do Comites do Rio de Janeiro, o recente manifesto vem adquirindo grandes proporções, pois vários países aderiram a ele. “O abaixo-assinado começou na Argentina em maio deste ano, mas agora está correndo todo o mundo”, disse. “A intenção é recolher um número expressivo de assinaturas e encaminhá-las à Comissão da Câmera de Deputados italiana”. (Andressa Camargo) Julio Vanni . [email protected] FUNDADO EM MARÇO DE 1994 DIRETOR-PRESIDENTE / EDITOR: Pietro Domenico Petraglia (RJ23820JP) DIRETOR: Julio Cezar Vanni VICE-DIRETOR EXECUTIVO: Adroaldo Garani PUBLICAÇÃO MENSAL E PRODUÇÃO: Editora Comunità Ltda. TIRAGEM: 30.000 exemplares ESTA EDIÇÃO FOI CONCLUÍDA EM: 16/09/2004 às 17:30h DISTRIBUIÇÃO: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais, Amazonas, São Paulo REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Rua Visconde de Uruguai, 98 Centro – Niterói – RJ – Brasil CEP: 24030-070 Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2620-6680 E-MAIL: [email protected] REDAÇÃO: Andressa Camargo, Davi Raposo e Gisele Maia REVISÃO / TRADUÇÃO Cristiana Cocco DIAGRAMAÇÃO E ARTE: Alberto Carvalho COLABORADORES: Franco Vicenzotti – Braz Maiolino – Lan – Giuseppe D’Angelo (in memoriam) – Pietro Polizzo – Giovanni Crisafulli – Venceslao Soligo – Marco Lucchesi – Luca Martucci – Domenico De Masi – Nanci Bernardi Minuscoli – Vittorio Medioli – Franco Urani – Francesco Alberoni – Rafaella de Antonellis – Giovanni Meo Zilio Guido Sonino - Fernanda Maranesi CORRESPONDENTES: Ana Paula Torres (Roma) Guilherme Aquino (Milão) Comunità Italiana está aberto às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da Revista. La rivista Comunità Italiana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori esprimono, nella massima libertà, personali opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione. ISSN 1676-3220 Filiato all’Associazione Stampa Italiana in Brasile Egregio Sig. Petraglia, S ono rimasto letteralmente esterrefatto nel leggere l’articolo pubblicato su Comunità Italiana n. 80 del 25.7.2004, nella rubrica “Cose Nostre”, dal titolo Cônsul Francesco Mariano na justiça pela permanência. Il mio stupore non deriva tanto della notizia da Lei pubblicata sul mio ricorso al Tribunale Amministrativo del Lazio, in merito al mio periodo di servizio all’estero, perché sono cose pubbliche, ma dall’interpretazione, di inaudita gravità, non suffragata da nessun fondamento, secondo la quale, il fatto di ricoprire le funzioni di Console Generale a Rio de Janeiro, abbia molto pregiudicato il rapporto del Governo italiano con la città di Rio de Janeiro. L’altra interpretazione del tutto arbitraria, pure priva di qualsiasi fondamento, è che la mia presenza a Rio de Janeiro avrebbe comportato l’assenza dell’Ambasciatore nello Stato di Rio de Janeiro. In base alla legge sulla stampa, n. 5250 del 9.2.1967, chiedo che, nel prossimo numero di Comunità Italiana, sia pubblicata la smentita di queste assurde dichiarazioni che sono gratuite, gravemente offensive e lesive della mia dignità professionale. Francesco Mariano Console Generale a Rio de Janeiro ASSOCIAÇÃO DOS HOMENS DONOS-DE-CASA Para muitos italianos, bom mesmo é cuidar do lar Começou com um grupo de três amigos de Lucca, região central da Toscana, em 1985. Hoje, são quatro mil adeptos. A grande maioria deles é casada. Eles lutam para que o trabalho doméstico seja reconhecido como profissão, reivindicam aposentadoria e exigem seguro contra acidentes domésticos. Tudo através da Associação dos Homens Donos-de-casa. Eles também têm tentado mudar a mentalidade feminina: grande parte das reclamações ainda vêm das próprias mulheres dos associados, que acham que administrar a casa não é tarefa para os marmanjos. Mas eles estão cada vez melhores nisso: hoje em dia, a Associação oferece cursos para os que querem aprender as tarefas domésticas e ir ao supermercado. Estão incluídas aulas de conscientização ambiental, que orientam os alunos a utilizarem produtos biodegradáveis, por exemplo. Um intensivo de três dias custa 120 euros, ou seja, quase R$500,00. O último foi em fevereiro e, apesar do preço elevado, todas as vagas foram preenchidas nos dois primeiros dias de inscrição. 25 ESTRELAS BRASILEIRAS BRILHAM NO FUTEBOL ITALIANO Quem acompanhar Campeonato Italiano de futebol, que começou no dia 11 de setembro, irá conferir a atuação de 25 brasileiros. Este é o maior contingente estrangeiro no torneio, que conta com 166 jogadores de 44 países diferentes. Os argentinos são os segundos, com 22 representantes. Depois é a vez dos franceses, com 14, e os uruguaios, que somam 10. R ecebemos do cônsul geral do Rio de Janeiro, Francesco Mariano, a carta ao lado em que o ilustre diplomata contesta parte da notícia divulgada nesta coluna sobre a sua demanda na justiça italiana para a prorrogação de sua presença no Rio de Janeiro. Contesta o ilustre cônsul a maneira com que a notícia foi enfocada quando informa que sua ação contra o Ministério das Relações Exteriores estaria prejudicando o bom relacionamento entre o Governo italiano e o Rio de Janeiro, fato notado a partir de ausência prolongada do embaixador Vinvenzo Petrone na antiga capital do País. Em nenhum momento tivemos a intenção de ferir susceptibilidades ou prejudicar a boa imagem do cônsul Francesco Mariano que, pela sua fidalguia e desembaraço, conquistou o carinho e a admiração não só da comunidade italiana do Rio de Janeiro, como também da população carioca ligada à vida diplomática. Como homem público, ele é passível do noticiário geral e das críticas da imprensa livre e conscenciosa. Sendo assim, damos espaço à sua missiva e o aplaudimos por ficar mais tempo entre nós. ACIB TERÁ ELEIÇÕES A Associação Cultural Ítalo-Brasileira realizará suas eleições em novembro, para a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal. Alegando problemas particulares, o presidente Luigi Filippo não renovará o seu mandato. A ACIB mantém onze cursos de língua italiana, na capital e no interior, com 2.271 alunos matriculados e um orçamento anual de mais de um milhão de reais. BRASILE, CUORE DEL MONDO Já em sua quarta edição, o livro em epígrafe, de Ugo Guadalaxara, editado em Firenze pela Editora Atheneum, se referiu à Comunità italiana, na página 254: “Il maggiore mezzo di comunicazione degli italo brasiliani, Comunità Italiana si stampa dal 1994 a Niteroi (Rio de Janeiro) ed é diffuso da Manaus al Rio Grande do Sul (…). É in italiano e in portoghese, con notizie, interviste, polemiche, critiche, inchieste come quella sul costo della vita in Italia dopo l’adozione dell’euro, con molte tabelle, molti dati. Di rilievo, inoltre un inserto, ‘Mosaico’ Mosaico’ curato dall’ Instituto italiano di Cultura, con scritti, fra gli altri, di Francesco Alberoni e Umberto Eco. Entusiasta direttore, presidente ed editore di Comunità Italiana è Pietro Domenico Petraglia, ulteriore direttore Julio Cezar Vanni, della grande ´dinastia´ Vanni-Equi. (…)” REPRESENTANTE DO PAPA SE REÚNE COM LULA EM NOVA YORK O Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Angelo Sodano, se encontrará com o presidente Luís Inácio Lula da Silva. No dia 20 de setembro eles discutirão a possibilidade da criação de um Fome Zero Mundial. ITALIANOS VÍTIMAS EM ASSALTO NO LEBLON O assalto ao prédio no Leblon, que resultou na morte do alemão Siegfried Otto Schön, foi capa dos principais jornais cariocas do dia 11 de agosto. Em matéria do jornal O Globo, o cônsul da Itália no Rio de Janeiro, Massimo Sassi, teria tido seu apartamento saqueado. Mas Sassi negou que isso tenha ocorrido. Graças ao seu hábito de sair para caminhar bem cedo, nada aconteceu com ele e com sua esposa, que estava na Itália. Também morador do prédio, o chefe do Departamento Comercial do Consulado, Livio Angeloni, que já havia saído para o trabalho, não sofreu nenhum dano, apesar de sua mulher ter presenciado o assalto. Ainda assim, acredita que não ficará nenhum trauma. Com um bom humor inabalável, diz: “São coisas da cidade maravilhosa. Quem achar que é a mais violenta do mundo, que vá para Bagdá!”. 4 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 COMUNIDADE | Social POLÍTICA | Comunidade Italiani contro la povertà in Brasile Il Ministro per gli Italiani nel Mondo Mirko Tremaglia ha partecipato, a Rimini, al Convegno dal titolo ‘Il mondo nuovo è già cominciato’ RIMINI - Ha partecipato anche il Ministro per gli Italiani nel Mondo Mirko Tremaglia al Convegno a Rimini, sotto il titolo ‘Il mondo nuovo è già cominciato’. Nel corso dell’incontro si è parlato di povertà in Brasile, di favelas, ma anche della generosità e dell’altruismo di molti italiani in Brasile. Il Ministro Tremaglia ha ricordato anche Rosetta Brambilla, un’italiana che ha dedicato la sua vita all’aiuto dei favelados, i poveri abitanti delle baraccopoli brasiliane e che il Ministero per gli Italiani nel Mondo ha premiato. E “se nei posti sperduti del mondo dove non sono ancora arrivati televisione e spazzolino esistono fatti che 5 segnano l’inizio di un mondo nuovo” per Tremaglia il “Mondo nuovo” è anche cominciato quando è iniziato il rispetto assoluto dei diritti, “quando è finita la discriminazione nei confronti di milioni di cittadini, quando si è compiuta la democrazia”. “E la democrazia si è compiuta – ha detto Tremaglia – il 27 dicembre 2001, con la legge n. 459 sul voto degli italiani all’estero”. Il discorso del Ministro per gli Italiani nel Mondo è stato accompagnato da fragorosi applausi. Soddisfatto Tremaglia: “Il calore di queste persone - ha commentato - riconosce il lavoro del Ministero per gli Italiani nel Mondo e dell’importanza di far conoscere all’estero il Modello Italia”. (NIP) Protesta italo-brasiliana a Belluno L’assessore Zanon: favorire il lavoro per gli emigrati che rientrano nel Veneto VENEZIA - “Comprendo la grave situazione in cui versano i nostri corregionali di rientro dal Brasile. È proprio per questo che la Giunta Regionale del Veneto ha approvato l’allargamento del Progetto Rientro ai veneti di ritorno dai Paesi del Sud America”. Sulla protesta degli italo-brasiliani a Belluno ha preso posizione l’Assessore regionale ai flussi migratori della Regione Veneto, Raffaele Zanon. “Purtroppo il problema del lavoro - ha detto l’assessore - per chi è in attesa della cittadinanza necessita di una vera e propria bonifica a livello, quantomeno, regionale. Come giustamente fanno notare i nostri corregionali provenienti dal Brasile, ci sono delle provincie in cui la possibilità di poter lavorare non è negato, e mi riferisco alla provincia di Treviso”. “Sono necessarie quindi - secondo Zanon delle azioni che uniformino le direttive che devono seguire le Questure in questi casi specifici, in modo che sia garantito l’inserimento effettivo dei veneti di rientro dal Sudamerica, i quali - e questo è un netto distinguo rispetto a tutti i cittadini immigrati che chiedono la cittadinanza - sono in attesa unicamente di un riconoscimento, che spetta loro di diritto. I discendenti dei veneti sparsi nel mondo infatti - ha affermato l’esponente del governo veneto - soggettivamente sono già cittadini italiani, ma oggettivamente chiedono solo un riconoscimento formale di questo status”. “Non è ammissibile - ha aggiunto - che debbano aspettare troppo tempo per questo riconoscimento, e in questo senso invito tutte le amministrazioni interessate da queste problematiche a velocizzare al massimo le operazioni burocratiche. È necessario uniformare a livello regionale i provvedimenti che riguardano chi è in attesa di cittadinanza. Ed è altrettanto necessario snellire l’iter burocratico che le domande di cittadinanza devono seguire”. “A breve - ha concluso Zanon - chiederò ai Questori del Veneto un incontro perché si trovi una linea comune nelle direttive da adottare in questi casi specifici, in modo da permettere l’inserimento effettivo dei nostri corregionali di rientro da tutti i Paesi dell’America Latina, oltre al riconoscimento di un loro sacrosanto diritto: sentirsi Italiani a tutti gli effetti”. (Aise) OSPEDALE UMBERTO I, QUALCHE SPERANZA? Prof. Vicente Amato Neto intervistato da Venceslao Soligo N ella grande pubblicazione commemorativa del 1922 su “Gli italiani nel Brasile” troviamo delle interesssanti referenze su personaggi illustri della prima immigrazione italiana e molto si riferisce all’Ospedale Umberto I: “Grandi difficoltà ha dovuto superare la colonia per fondare, sostenere, sviluppare e condurre all’attuale grado di importanza dello Ospedale. Dopo numerosi tentativi fatti per la scelta del terreno, fra gli anni 1902-1903, finalmente nel 1904 la colonia vide realizzato il suo sogno. Il terreno scelto fu quello del Morro Vermelho all’avenida Paulista, cioè nella parte più alta e salubre della città”. Non pochi medici si cimentarono in Brasile da Gian Battista Libero Badarò conosciuto più come giornalista dell’Observador Constitucional, a Luigi Vincenzo De Simoni uno dei fondatori della Società di medicina di Rio de Janeiro nel 1829 e molti altri. “L’Ospedale Umberto I, emanazione diretta della colonia italiana, incontrò sin dai suoi inizi le speciali simpatie del conte Matarazzo, chi é stato presidente del Consiglio di amministrazione e personalmente ispezionava le infermerie, la farmacia, gli ambulatori, si manteneva a contatto con le suore, coi medici, cogli infermieri e dava a quell’amministrazione quel carattere commerciale che non deve mancare, anche in una Opera Pia...” Tra i nomi illustri ci sono Alessandro Siciliano, Francesco Matarazzo, Giuseppe e Nicola PuglisiCarbone, Egidio Pinotti-Gamba, Giuseppe Martinelli, Guglielmo Poletti, Rodolfo Crespi, Antonio De Camillis, Giuseppe Giorgi, Nicola Scarpa. Non dobbiamo scordare la dedicazione e abnegazione delle signore come Zina Puglisi, Maria PinottiGamba, Laura Siciliano, Marina Crespi, Mariangela Jovane-Matarazzo, Filomena Matarazzo. In questa intervista con il medico Vicente Amato Neto, ex-segretario dello Stato di San Paolo per la Salute, dal 1922 al 1923, scopriamo i motivi che hanno portato all’interdizione dell’ospedale e che esiste un grande interesse della comunità di rivitalizzare l’assistenza ambulatoriale. Comunità Italiana - Perché è stato chiuso l’Ospedale Italiano in San Paolo? Come è la situazione attuale? Vicente Amato Neto - Da parte mia come medico sin dall’inizio ho percepito l’importanza dell’ospedale sia per la comunità italiana che per la popolazione in generale. I servizi erano di un buon livello con l’emodialisi, cardiologia neocirurgia, dovuto allo sforzo che la comunità fece all’inizio del secolo, e era alto il livello professionale dei medici e di tutto il personale che aveva anche un’attività assistenziale oltre che ospedaliera. Ma in un certo periodo percepii un disinteresse generale nelle attività complessive, benché c’erano ancora alcuni reparti con un buon servizio. CI - Come trovò l’ospedale quando fu alla Segreteria della Salute? Amato - Nel 1992 quando fui Segretario di Stato della Salute, sentii che avevo una buona opportunità per tentare ciò che molte persone speravano e fu realizzato un programma di profonda rivitalizzazione dell’Ospedale, furono identificate tutte le carenze esistenti, si constatò che la Fondazione era inoperante, con nomi famosi nel suo direttorio ma che non apparivano mai e percepì anche della corruzione, un cittadino che poi era il superintendente affittava il parcheggio per le automomobili ed intascava i soldi. Nel nuovo “L’interesse a rivitalizzare l’assistenza ambulatoriale come ospedaliera nella comunità a riscosso ampi consensi” programma di attuazione rimovemmo questo individuo e ristrutturammo la Fondazione con nuovi membri ed assunse la presidenza Guerino Tolomeo, persona di fiducia e di prestigio presso la comunità che io considero un eroe, un patriota. CI - Come si procedette durante la sua permanenza come Segretario? Amato - Il governo dello Stato di San Paolo all’epoca concordò ad investire 3 milioni di reais come inizio della modernizzazione delle struttore ospedaliere e ci mettemmo al lavoro con fiducia nel futuro. Infelicemente dopo un anno nella carica di Segretario della Salute fui dimesso perchè avevo verificato e denunciato un grande numero di irregolarità. Come esempio posso citare l’attuale “Operazione Vampiro” presso il ministero della Salute, ebbene uno degli implicati in questo enorme schema di corruzione che è stato di recente arrestato, è un individuo che all’epoca attuava nella segreteria liberamente avendo l’appoggio del governatore al quale aveva finanziato parte della campagna elettorale, e questo è solo un esempio. Così fui licenziato, e appena girai le spalle il governo, attraverso la Vigilanza Sanitaria dello Stato, interdittò l’ospedale allegando condizioni inappropriate per il suo funzionamento. Vicente Amato Neto, Luiz Gonzaga Bertelli presidente CIEE, Francisco Dominici Neto, coordinano di lavori della commissione Credo che il programma che avevo messo sul tavolo e nel quale il governo aveva dato inizialmente il suo appoggio avrebbe portato il complesso ospedaliero al migliore dei livelli dei suoi congeneri. Percepii però che da parte del governo non ci fu sincerità di intenti, c’era qualcosa di losco nei suoi schemi. Così l’ospedale fu chiuso nel 93/94, sentii una certa tristezza anche perché il presidente Tolomeo si era coinvolto completamente in tutto il processo di ricuperazione, sia per patriottismo che per abnegazione, ed avallò di prima persona il prestito govenativo pagandone le consequenze. CI - La comunità italiana aveva un legame con questo ospedale? Amato - Non era solamente della comunità, così come gli altri ospedali in San Paolo, come il Santa Catarina dei tedeschi, l’israelita Albert Einstein, la Beneficenza Portoghese, il Sirio-Libanese, il Santa Cruz dei giapponesi ed altri, tutti loro hanno lo spirito della comunità, ma oggi non si possono definire come strettamente della colonia, sono obbligati ad integrarsi al sistema nazionale della Salute, ma il loro vincolo sentimentale è con la colonia. CI - Come si trovava la situazione finanziaria in relazione alla famiglia Matarazzo che tanto investì in quest’opera? Amato - Quando facemmo il programma di rivitalizzazione c’era anche un piano per regolarizzare i conti con la famiglia Matarazzo ed altri e vedere cosa apparteneva a chi. CI - Come entrò in questa storia il fondo di Pensione del Banco del Brasile, la PREVI? Amato - Seppi di tutto ciò attraverso i giornali, come la Previ entrò in questa storia non ne ho la minima idea. CI - Tutto questo non era stato prestabilito con l’intervento del Governo? Amato - Tutto ciò è servito come una miccia per riaccendere l’interesse della comunità che è rimasta risentita, rattristata da tutto questo poco chiaro operato dalle parti coinvolte. Così il 18 marzo scorso nell’insediamento della nuova direzione della Società medica italo-brasiliana, SOMIB, l’idea di accludere nel suo programma di attuazzione l’interesse a rivitalizzare l’assistenza ambulatoriale come ospedaliera nella comunità a riscosso ampi consensi, così abbiamo messo assieme circa 40 persone creando una commissione per studiare le varie possibilità aperte per la migliore scelta al fine di ridare alla comunità italiana di San Paolo e alla popolazione tutta un Ospedale Italiano. 6 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 CULTURA | Literatura CULTURA | Literatura imagens da itália Marco Lucchesi Um homem de idéias José Castello vem construindo uma sólida carreira literária, estritamente séria, complexa, atravessada por um sopro de poesia e máximo de rigor. Intelectual de marca, não abandonou o jornalismo, do qual herdou uma forma clara, precisa e urgente. Tais foram os requisitos para tratar de Vinícius de Moraes, João Cabral e de Clarice Lispector, dentre tantos outros, como vemos em Inventário de sombras. Lucchesi - Castello, é impossível começar essa entrevista – pelo menos para mim – sem evocar os tempos áureos do Jornal do Brasil, em que você dirigia dois prestigiosos suplementos culturais: Idéias-Livros e IdéiasDebates. Resuma algo desse belo período. José Castello - Foi uma experiência crucial em minha vida, uma ruptura, que terminou por me empurrar, de vez, para a literatura. Devo muito, antes de tudo, ao Roberto Pompeu de Toledo, editor-executivo do JB para a área de cultura, meu superior direto, um jornalista muito culto, com notável vocação para historiador, e um grande escritor também, que me ajudou a pensar o caderno. Soube ainda conter e domesticar meus exageros e enganos. Havia também a presença constante de outros dois grandes jornalistas: Flávio Pinheiro e Marcos Sá Correa que, com o Pompeu, formavam o trio diretor da redação. Sem eles, teria sido impossível todo o investimento que se fez no Idéias: seu desdobramento em Idéias/Livros e Idéias/Ensaios, o pagamento digno aos colaboradores e a aposta em temas ousados e inesperados. É indispensável registrar ainda minha imensa gratidão ao amigo Wilson Coutinho, que infelizmente nos deixou no ano passado. Ele era, formalmente, meu subeditor, mas na prática não só funcionava como co-editor, como foi o autor de algumas das mais brilhantes idéias postas em prática nos dois cadernos. Enfim, tive a sorte, o luxo, de contar com o apoio de profissionais de primeiríssima qualidade, e de fazer dois cadernos que tinham uma importância enorme na vida cultural do Rio de Janeiro. Mais que nunca, eu mergulhei nos livros e na literatura. E assim consegui definir, de vez, um desejo que abrigava dentro de mim desde menino, o de me tornar escritor. Lucchesi - Os ideais de Utopia e Revolução são possíveis para os tempos atuais ou ficaram – como querem alguns – soterrados nos anos 80-90 do século XX? Castello - Soterrados não, nunca. Utopia e revolução são, na verdade, duas maneiras de falar do sonho e da imaginação, e sem sonhar, sem dar asas à fantasia, o homem e a sociedade não podem se transformar. Ocorre que, hoje, já não temos mais o direito de alimentar sonhos e utopias 7 sem conservar, ao mesmo tempo, um pé bem fincado na realidade. Os melhores sonhos são aqueles que podem ser realizados. Sonhos impossíveis, ideais distantes e fantasiosos, utopias que não levam em conta a diversidade da vida e os limites impostos pelo real, não me interessam! Creio que esses ideais “puros” têm servido, ao contrário, como desculpa para o imobilismo, para a vitimização, para uma espécie muito sutil, mas cruel, de masoquismo. E, também, para grandes fanatismos. Não somos vítimas de nada, nem do destino, nem do poder, nem de nós mesmos. Temos o dom da vida, que é maravilhosa e espantosa, e nos cabe vivê-la intensamente, mas também serenamente. Sonhar sim, mas sempre com um olho bem aberto. Até porque aquilo que podemos mudar é “Reflexão e organização de idéias: essa é a saída para o jornalismo cultural e para todo o jornalismo escrito” sempre muito pouco, está sempre muito aquém de nossos desejos e esperanças. A isso Freud chamou de castração, essa dolorosa experiência de aceitar o quanto somos pequenos e o quanto é difícil mudar, mesmo nas menores coisas. Lucchesi - Pela enésima vez, a pergunta que lhe fazem – em razão justamente de sua trajetória: qual será o destino dos suplementos culturais? E em que medida é possível ampliar o espaço para os livros, poemas, ensaios e debates culturais? Castello - É difícil fazer previsões. Antecipar o futuro, mesmo próximo, é não só perigoso, como pode ser até arrogante. Em todo caso, penso que o destino dos suplementos culturais está atrelado ao destino da imprensa escrita no mundo de hoje. Infelizmente, com a explosão da TV a cabo, da internet, da notícia instantânea e imediata – que são uma grande conquista! – os jornais escritos passaram a achar que sua função é a de concorrer diretamente com esses novos veículos. O que é um completo absurdo: ninguém vai esperar o jornal de amanhã para ler a notícia a que pode ter acesso nesse momento, seja na CNN, Globonews, Bandnews, seja no site do Globo, ou do Estadão, por exemplo. Num tempo de notícias instantâneas, em que você pode assistir, agora, ao vivo, a um atentado na Espanha, ou a um bombardeio no Iraque, a função da imprensa escrita passa a ser, sobretudo, a da reflexão, a da organização de idéias, a da meditação. Nesse sentido, se pensarmos bem, os suplementos culturais não estão acabando, ao contrário, eles passariam a ser os cadernos principais dos jornais, os “primeiros cadernos”, e um resumo das notícias do dia viria, então, num “segundo caderno”. Essa inversão de perspectivas, me parece, é não só a saída para o jornalismo cultural, como a única saída para todo o jornalismo escrito. Mas, quando digo isso, ainda me sinto bastante solitário... Lucchesi - Quando li – faz algum tempo – um ensaio seu sobre Leonardo da Vinci, tive a certeza de que o seu destino era o de ser escritor. Havia matizes. Colorações. Intensidades. Você acha que houve um rito de passagem para o escritor ou tudo se encaminhou de modo natural? Castello - Muito difícil responder. Em todo caso, creio que estamos sempre num “rito de passagem”, que nunca chegamos a ser inteiramente alguma coisa – um escritor, por exemplo – e que é essa condição de movimento, essa condição “entre” que nos mantém vivos e criativos. Tornei-me escritor, mas continuo a ser jornalista: faço crítica literária, entrevistas literárias, enfim, continuo a ser um repórter, e aliás me orgulho muito disso! Gosto muito dessa dupla identidade, jornalista e escritor, um pouco como os super-heróis.... Ela me dá mobilidade, liberdade. O crítico Wilson Martins, por exemplo, escreveu que minhas crôni- cas (cuja seleção saiu em As melhores crônicas de José Castello, Global Editora, organização e prefácio de Leyla Perrone Moisés, 2003) são, na verdade, contos. Já disseram, também, que minha biografia de Vinicius de Moraes (O poeta da paixão, Companhia das Letras, 1993) é um romance! E que meu livro de retratos literários (Inventários das sombras, Record, 1999) é, a rigor, uma coletânea de contos. Há gente que acha até que meu romance Fantasma (Record, 2001) é uma autobiografia disfarçada! Enfim, me sinto muito confortável nessa fronteira de gêneros. Essa posição fronteiriça me dá não só muito mais autonomia, muito mais coragem, como faz com que eu me sinta mais próximo do mundo movediço e fragmentado em que vivemos. Lucchesi - As biografias de Vinicius e Cabral revelaram coisas importantes ou ignoradas. Abrangiam um sistema. Uma totalidade poética e vital. Depois, segui os rastros de uma nova abordagem, a do livro Inventário de sombras, onde se percebe um estilo que se torna mais breve e concentrado, como se fossem contos. Vejo outro sinal de transformação nessa passagem do “grande” ao “pequeno”? Castello - De fato, quando escrevi O poeta da paixão, meu primeiro livro, ainda me sentia preso ao modelo clássico da biografia, aquele que pretende “contar tudo”. Gosto muito do livro que fiz, ele guarda bastante a minha cara, se parece com o que acredito que sou. Mas, ainda assim, sei que ele não é um livro perfeito, conheço todas as falhas, os buracos, as imprecisões, as imperfeições que guarda. Já pensei até em escrever um segundo livro sobre isso, que se chamaria O que não sei de Vinicius. Foi meditando sobre isso de estarmos definitivamente presos a nosso próprio olhar, sempre parcial e imperfeito, que resolvi, a partir de O homem sem alma, livro sobre João Cabral, não me preocupar mais em “contar tudo”, mas em relatar aquilo que vejo e sinto. No caso, o meu próprio olhar sobre João. Foi esse confronto com a imperfeição e minhas próprias limitações, eu creio, que me lançou em direção a uma literatura mais compacta e mais pessoal. Lucchesi - Curitiba, a cidade e o romance. Penso na sua personagem, a do Paulo Leminski, vagando através do fantasma que você construiu, em delicadas remissões, ou concentradas desaparições, num ritmo seguro e envolvente. Como tem sido a reação dos leitores? Castello - Para ser sincero, não creio que meu romance tenha sido muito bem compreendido. Mas, também, não sei se escrevemos um romance para que ele seja compreendido, ou ao contrário, para que provoque perplexidade, desconforto, inquietação, desassossego. Leminski, na verdade, talvez nem chegue a ser um personagem de meu romance, ele é só uma obsessão do narrador, o arquiteto. O arquiteto ouve uma frase absurda (“Paulo Leminski não morreu”) e, apesar de saber que Leminski está morto e enterrado, sai por Curitiba em sua busca. É uma busca fadada, desde o início, ao fracasso, mas não estamos todos, desde o início, fadados à mortalidade? E nem por isso deixamos de viver intensamente e de buscar intensamente. Fantasma, eu acho, é um romance de aventuras. Embora tenha muita ação, uma longa peregrinação pela cidade e o entra e sai de vários personagens secundários, é uma aventura interior. O que quer o arquiteto, quando sai em busca de algo que, já sabe, ele não irá encontrar? Parece-me que ele quer, apenas, viver, sentir-se vivo, e nada melhor que a aventura para isso. Lucchesi - A sua versão do fazer literário: disciplina, desespero ou compulsão? Castello - Tudo junto, e um pouco mais. São muitos sentimentos complexos que me levam a escrever. Ora predomina o desejo de me superar, ora o de expor uma visão de mundo, ora o de simplesmente ser “ouvido”. Ora escrevo apenas para existir, ou até para me tranqüilizar e me divertir! Gosto muito de escrever. Claro, há uma parte braçal, de busca das palavras exatas, de convivência com a autocrítica exacerbada, de imenso cansaço mental mesmo. Mas isso se compensa com o prazer que dá, o de estar envolvido numa aventura que inclui apenas palavras, que se passa unicamente em sua cabeça, cujo desti- “É comum estar viajando pela Itália e, de repente, chorar sem razão alguma. É muita beleza e isso também é difícil de suportar!” no depende apenas de você e de mais ninguém. Eu acho que a literatura é, antes de tudo, uma aventura interior. Mesmo para o escritor mais realista, mais pragmático, mais preso aos fatos e “sem sentimentos”, ela é uma aventura interior. Lucchesi - Mas você também é um homem do mundo, um ser em trânsito. Sei de suas viagens, passagens, reflexões. O Egito, a Itália, e tantos outros países... Castello - Realmente gosto muito de viajar. Já estive no Egito, na Grécia, no Marrocos, no México, conheço quase toda a Europa, e em particular a Itália. A Itália é um país muito belo, porque é forte e excessivo: excesso de beleza, de sentimentos, de cores, de diversidades. É muito comum estar viajando pela Itália e, de repente, eu ter umas crises de choro, sem razão alguma, lágrimas compulsivas sem explicação – não por infelicidade, mas o oposto! É muita beleza e isso também é difícil de suportar! Mas, na verdade, tenho uma relação contraditória com as viagens, porque gosto muito de estar em casa, em meu canto, com minha gente, meus livros e meu cachorro. Então, para mim, mesmo a mais bela das viagens significa a experiência da saudade. E sou muito fraco para separações, elas me destroem. Mas, esse aspecto solitário e doloroso das viagens, se me pesa, tento também tirar algum partido dele. O sentir-se desligado de seu mundo, de sua rotina, de suas referências, tudo isso nos permite olhar nosso próprio mundo à distância e vêlo de outras perspectivas. Quando viajo, seja para o Egito, a Itália, ou onde for, estou, um pouco também, viajando para meu próprio mundo, já que, na distância, consigo observá-lo e senti-lo de outra maneira. Resultado: quando volto, nunca é para o mesmo Brasil, e isso é também uma parte muito importante das viagens. Lucchesi - Ouvi falar de seu novo romance. Quais os caminhos? Castello - Pergunta complicada, a mais complicada, porque é sempre muito difícil, quase impossível, e também perigoso, falar de um trabalho em andamento. Mas vamos tentar responder, em nome de nossa bela amizade! Desde que cheguei a Curitiba, há dez anos, venho rascunhando, precariamente, em cadernos, em disquetes, em blocos, três histórias longas. Elas me saíram assim, meio embaralhadas, e já cheguei a acreditar inclusive que seriam três histórias entrelaçadas de um mesmo e longo romance, mas depois entendi que, na verdade, são três livros diferentes. Elas se tornaram logo obsessões. Ora estou mais preso a uma, ora a outra, isso varia, mas elas estão sempre no meu pé! Nesse sentido, são o oposto do Fantasma, um romance que me saiu de repente, eu não diria contra a minha vontade, mas independente dela. Explico: eu tinha recebido a encomenda de um ensaio sobre Curitiba. Tentei escrevê-lo, mas não conseguia me afastar de um mar lamentável de lugares comuns. Estava bem abatido e, para me consolar, comecei a rascunhar, de brincadeira, quase que como um jogo, a história de um arquiteto que tinha escrito um ensaio sobre Curitiba, que odiava o ensaio que escreveu e, por isso, resolveu destruí-lo. Essa história do arquiteto foi se impondo com tal intensidade que, em dado momento, desisti do ensaio sobre Curitiba (no que fiz muito bem, aliás!) e passei a me dedicar só à história do arquiteto – que se transformou em Fantasma. Pois bem, chegou a hora de acertar as contas com as três histórias que me atormentam há tantos anos. Já escolhi uma delas e comecei a trabalhar no que será meu segundo romance. Prefiro não falar sobre ela, porque hoje é uma coisa mas, você sabe, amanhã pode ser outra completamente diferente. Temos um fragilíssimo controle sobre aquilo que escrevemos, a parte maior daquilo que escrevemos apenas se impõe e nem sabemos por que. E é justamente por isso, pelo que guarda de imprevisível e de surpreendente, que a literatura é uma aventura tão bela. 8 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 SOCIAL | Atualidade SOCIAL | Atualidade Scuola della pace La cultura nuova della riconciliazione nasce attraverso il processo educativo I conflitti che il vecchio secolo ci ha consegnato non sono stati purtroppo debellati e il nuovo millennio si apre su un panorama che vede nascere focolai di violenza e di guerra ingiusta accanto a movimenti di nonviolenza e di pace che a livello planetario si sono manifestati con forza. Abbiamo intervistato il professor Rocco Altieri, docente presso la facoltà di Scienze della pace dell’Università di Pisa, direttore responsabile di Satyagraha (etimologicamente, il potere della nonviolenza che agisce nei conflitti per trasformarli e trascenderli verso realtà di Pace), per capire un pò di più le dinamiche legate ai modelli culturali che permeano le scelte etiche e politiche delle nazioni. Comunità – Se la cultura è il principio che organizza i processi psichici, come capire il conflitto che genera azione violente? Rocco Altieri - La chiave di comprensione del superamento del conflitto in modo non violento è il tema della cultura. Questa è la dimensione attraverso la quale gli individui diventano consapevoli del conflitto e rispetto al quale possono farsi carico delle ingiustizie passate e di 9 distorsioni perpetrate dalla storia. Un’autentica pace si può realizzare se avviene un riconoscimento dell’altro come uomo, un riconoscimento della propria violenza, . In Palestina, per esempio, la violenza colpisce tutte le parti, non c’è un vincitore ma una condizione comune di vittime di tutte le parti in conflitto. Uscire da questa situazione sembra un conflitto irrisolvibile; è possibile solo agendo attraverso un processo di crescita culturale, presa di coscienza della propria situazione e dell’altro, di rimozione delle ostilità e dei traumi passati. CI - Nel panorama dei conflitti mondali, Afganistan, Iraq, Palestina, come è possibile superare la guerra? Altieri - Nell’ultimo numero di Satyagraha affronto proprio le questioni della pace nel mediooriente attraverso i saggi di studiosi autorevoli come Gopin, Lederach, Avruch, Abu-Nimer, Dogliotti Marasso, La Pira. Oggi il conflitto israeliano è uno dei più terribili: è quasi un secolo che si trascina e sembra senza via di uscita. Gopin, un rabbino per la pace che lavora nelle Università americane, è stato attivo come intermediario tra Clinton e Arafat; alla fine della sua opera di mediatore, si interroga perché è fallito e da qui vuole ripartire. Ritiene che il fallimento è nato proprio dal fatto di considerare il conflitto soltanto in una dimensione politica di dare e avere – l’autonomia, i territori, la pace. Si è avviata una trattativa che ha riguardato solo i rappresentanti della politica, ma non la popolazione che invece doveva essere coinvolta in un processo proprio di tipo culturale: promuovere l’idea di vivere in una terra federale, dove i due popoli possono stare insieme senza muri. Per arrivare a questo la trattativa politica serve molto limitatamente: c’è bisogno di un lavoro culturale di incontro in cui i luoghi santi – siamo in Terrasanta dove sono nate tutte e tre le religioni monoteiste – non devono essere intesi come una appropriazione esclusiva da Copertina della rivista Satyagraha parte di una religione ma devono essere proprio i luoghi della memoria, quindi non più motivo di divisione ma simbolo di unione. Così per le sorgenti d’acqua, la terra, modernità e tradizione, modelli di sviluppo agricolo industriale. In Iraq si vede proprio il fallimento della violenza. Non si aiuta una popolazione a costruire la democrazia con l’esercito a imporre la volontà di dominio. Credo che nei confronti dell’Islam noi saremmo tenuti ad avere un grande rispetto... sono un miliardo, una parte significativa del mondo e sono i nostri dirimpettai nel Mediterraneo… l’Europa dovrebbe aprirsi al Mediterraneo… del resto il mondo romano lo aveva compreso… le migrazioni dei popoli si spostano dove vengono dirottate le risorse anche perchè tutta questa abbondanza noi la preleviamo, non è “locale”. CI - L’Educazione può essere una via di riconciliazione per la pace? Altieri - E’ ovvio che la cultura nuova della riconciliazione nasce attraverso il processo educativo, che è il perno di tutto questo lavoro, per creare una nuova generazione aperta e solidale al di là delle differenze perché il punto sostanziale è che c’è qualcosa che unisce molto di più di ciò che divide. L’umanità è una, quindi una la capacità di intendersi, e le emozioni sono comuni a tutti gli uomini. E’ ovvio che è un’educazione che tiene conto, come anche la cultura, non soltanto dell’aspetto razionale ma anche dell’aspetto emotivo. CI - Martin Buber afferma che alla fine della vita quello che conta è quanto un uomo è stato autentico, degno di fiducia, genuino come individuo che forma e appartiene alla società. Può essere anche questa una via da perseguire? Altieri - In Palestina, come in tante parti del mondo, la nonviolenza agisce attraverso tante gruppi che non appaiono, non sono visibili perché i mezzi di trasmissione delle notizie e delle informazioni pongono l’attenzione sempre quasi esclusivamente quando avviene un fatto tragico. Buber si pone questa domanda alla fine della vita; in realtà un ragazzo se la pone quando si affaccia alla vita perché cerca una realizzazione. La cosa triste invece è che il sistema sociale è tale da frustrare le aspirazioni più autentiche perché oggi un giovane non è più padrone della propria vita. C’è un precariato diffuso, una “violenza strutturale”, la chiama Galtung, e i giovani sono le prime vittime, alla ricerca di un lavoro che sia appagante. Il sistema sociale, invero, vuole dei giovani per sfruttare, ma senza diritti. La possibilità di decidere della propria vita viene negata ed è causa di sofferenze che portano all’aumento di suicidio, perdita del senso della vita… rispetto a questo vedo che se c’è veramente una fascia di emarginazione che però è minoritaria mentre sta crescendo molto la voglia di impegno sociale e politico – anche fuori magari della forma Istituzione partitica. Ci sono tantissimi giovani che preso il diploma, prima ancora di iscriversi all’università preferiscono fare questa esperienza di solidarietà diffusa nelle iniziative per la pace, nel volontariato… credo che la solidarietà attiva poi diventi il modo migliore per educarsi perché questo deve essere un processo non imposto dall’autorità. Noi siamo legati ancora troppo al modello autoritario della scuola dove c’è il docente che insegna e il ragazzo che apprende. L’idea invece di D. Milani come di Paolo Freire in Brasile era quella di condividere un cammino dove c’è un mutuo insegnamento per un progresso reciproco. Anche Freire parlava di “coscientizzazione” che significa appunto prendere consapevolezza dei propri diritti e non rifiutare il conflitto perché magari è necessario lottare per ottenere questi diritti. Nonviolenza non è passività ma è invece impegno di verità – Satyagraha - per costruire la giustizia e avviare poi un processo di liberazione. CI - Aldo Capitini parlava di “epoca profetica”: a cosa si riferiva? Altieri - Gli adulti dicono “i giovani cedono al mito della violenza”. Io invece ho un’altra percezione. Ora in realtà c’è da parte delle nuove generazioni un risveglio d’interesse alla solidarietà: ragazzi che partono per il sud del mondo e ce ne sono tantissimi anche se questo non viene evidenziato. La legge sul servizio civile che ha coinvolto soprattutto le donne (pare che siamo arrivati già a una richiesta di 60.000 domande) è una scelta a favore della pace, non è un arruolamento militare; hanno scelto di dedicare un anno della propria vita in un’attività utile agli altri. Quindi sarei assolutamente fiducioso rispetto alle nuove generazioni; questi sono indicatori di una profezia che dà speranza. Vedo invece che gli adulti vogliono magari distorcere, strumentalizzare, soffocare questa aspirazione e ricerca autentica dei giovani. CI - Costruire la pace… Altieri - I conflitti hanno un alone d’ambiguità non risolvibile in modo netto e secondala logica binaria di vero e falso, giusto e sbagliato. Più utile è il ricorso a una ermeneutica “sfumata”, che tiene insieme le dissonanze, i paradossi e le ragioni di tutte le parti del conflitto. Trascendere la logica binaria significa esaminare quel cono d’ombra che comprende le emozioni, le cosmologie profonde che condizionano lo svolgimento del conflitto e che non sono riducibili alla sola razionalità. Fernandez paventa una soluzione possibile tra intenzione e azione positiva parlando della metafora, non in senso aristotelico di figura retorica ma come qualcosa legata al processo cognitivo che include la memoria e la razionalità, la cultura e la comunicazione. Marc Gopin sostiene che si può costruire la pace se si sviluppano nuove metafore che siano capaci di far comprendere agli avversari i punti di vista dell’altro - l’immedesimarsi nell’altro -, che la scuola dell’interazionismo simbolico chiama Sé generalizzato. Se le vittime non ricevono un riconoscimento dei torti subiti spesso prevale il senso dell’ingiustizia e la memoria fa crescere la paura che tutto possa ripetersi. Occorrono metafore di verità, pentimento, riparazione. I rituali possono aiutare per mezzo dei linguaggi metaforici a curare le ferite: si pensi ad un funerale, teatro spesso di odio e rivendicazione. Alcuni gruppi di Parent’s Circle – una associazione che unisce le famiglie delle vittime – nella rielaborazione della perdita subita prendono coscienza della comune condizione di vittime della violenza e rafforzano così la propria volontà di pace. CI - Quale finalità e prospettiva di lavoro offre questo corso di laurea. La guerra è un sintomo di malattia che ha bisogno di persone che abbiano gli strumenti conoscitivi Altieri - Se la guerra ha bisogno di un apparato militare per produrre soldati, l’Università e gli operatori di pace hanno bisogno di un luogo di studio, di formazione. Da tre anni siamo riusciti per la prima volta in Italia ad avere a Pisa questo luogo perché, si ritorna al discorso iniziale, la cultura occidentale prevalente ha sempre ritenuto che la guerra fosse un fatto inevitabile. L’uomo si impegna a combattere le malattie, e successi ne ha avuti, si pensi alle scoperte scientifiche, l’igiene, le medicine. Possiamo allora immaginare anche la guerra come un sintomo di una malattia che va curata e quindi ha bisogno di persone che abbiano gli strumenti conoscitivi per risolvere i problemi e quindi sanare le situazioni, prevenire il conflitto e trovare delle modalità di soluzione. Servono professionisti del dialogo, della mediazione, dell’educazione. Una società ha Educatori perché non vuole che ci siano cittadini in guerra gli uni con gli altri. Questo vale a livello planetario, nella società mondiale, quindi risolvere i problemi della violenza ha un valore universale. Dove si sono potenze c’è bisogno di persone che siano mediatori e operatori di pace. Nel corso di laurea si studia come agire ai vari livelli – economico, politico, psicologico, sociale, culturale – per costruire una rete che porti fuori dalla guerra. Molti hanno guardato con scetticismo alla nascita di questa facoltà, ma dove la guerra dilaga c’è bisogno di operatori di pace; anzi il detto evangelico “il campo è grande ma gli operai sono pochi”, vale anche in questo caso. Ovvio che chi va a lavorare nell’ambito della pace ha bisogno di un minimo di generosità… ma attenzione, il militare rischia molto di più… è quando ti presenti armato che inneschi un meccanismo di ritorsione… Maria Coppolecchia Laureanda in Scienze della Formazione Università di Macerata 10 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 11 CULTURA | Música CULTURA | Música Tropitália presenta legami tra MPB e musica italiana Ciò che esiste di più attuale nel mercato fonografico italiano sarà a disposizione del pubblico a Rio de Janeiro Andressa Camargo L ’esposizione Tropitália: a nova música italiana è stata aperta al pubblico il 9 settembre nel Centro Cultural da Justiça Federal – Rio de Janeiro. Per chi ancora non conosce artisti di grande successo in Italia come Jovanotti, Pino Daniele, Franco Battiato o Vasco Rossi, ecco un’opportunità per aggiornarsi e, anche per chi ne è già fan, non mancano sorprese. La mostra è stata divisa in tre spazi tematici che occupano 400 m2 del secondo piano del Centro Cultural. La prima sala ospita immagini di 20 di questi cantautori che compongono lo scenario attuale della musica italiana. I visitanti possono assistere a vari videoclip, vedere foto e scoprire curiosità sugli artisti. Tutto allo stesso tempo, dato che questo materiale, specialmente montato per l’evento, viene esibito da otto proiettori multimedia. Nel secondo spazio si trova un omaggio ai nomi della musica brasiliana che hanno fatto successo in Italia negli ultimi 30 anni. Il pubblico può vedere, su grandi pannelli, versioni italiane di parole di Chico Buarque, Tom Jobim, Toquinho, Vinicius, Djavan e Adriana Calcanhoto, tra gli altri. Visto che la sala è insonorizzata, le melodie vengono sentite in sottofondo. Nell’ultimo spazio è messa in evidenza l’opera di Sergio Pappalettera che, oltre al lavoro di regista di videoclip, è anche il designer responsabile per la creazione di innumerevoli copertine di CD di questa generazione di nomi italiani poco conosciuti in Brasile. Inoltre, nel Teatro del Centro Culturale ha avuto luogo, alle 19.30 dei giorni 9, 10 e 11 settembre, un concerto di Franco Cava , cantautore carioca che è diventato famoso in Italia dopo aver lanciato sul mercato un intero CD con versioni in portoghese dei lavori di Jovanotti, sui quali ha inserito un po’ di ritmo di samba. “Franco si è sempre dedicato molto agli studi della musica italiana. Parlarne con lui è stato la scintilla che mi ha acceso la curiosità ed è stato il punto di partenza per Tropitália”, racconta Antonio Cava che, come si capisce dal cognome, è fratello di Franco. “Franco avrà degli ospiti, uno al giorno, ma i nomi ancora non sono stati definiti. Li stiamo scegliendo a dito”, aggiunge Antonio. Invece per la cerimonia di apertura di Tropitália – che ha avuto luogo l’8 settembre, solo per invitati – si sono fatti presenti personaggi importanti, come il protagonista della mostra Sergio Pappalettera e Max de Tomassi, giornalista responsabile per alcune delle versioni italiane di canzoni brasiliane, come Âmbar, di Adriana Calcanhoto. Redattore e presentatore di un programma di radio sul Brasile a Roma, Max ha detto a Comunità che l’organizzazione di una mostra come questa è fondamentale per “ufficializzare la relazione d’amore esistente da anni tra le culture popolari italiana e brasiliana.” Secondo Antonio Cava, Tropitália servirà anche per rafforzare, nelle più recenti generazioni di discendenti, l’interesse per la cultura della loro terra di origine. “Loro devono sviluppare i propri mezzi di identificazione con l’Italia e smetterla di vivere i ricordi dei genitori”, ha detto. Comunque l’esposizione è stata allestita per attrarre persone di tutte le età e nazionalità: “Ho cercato di creare l’ambiente propizio affinché tutti si emozionino con queste canzoni”, ha aggiunto. UNA GENERAZIONE COSMOPOLITA musicale a partire dall’assimilazione di esperienze straniere attraverso la Musica Popolare Brasiliana – la MPB. Malgrado siano cosmopoliti, la maggior parte di questi cantautori italiani ancora non ha conquistato un pubblico fedele in Brasile. Ma visto che il legame culturale tra i due Paesi è sempre stato molto forte, Antonio crede che, prima o poi, il mercato brasiliano li apprezzerà. “Riconosco vari indizi di questa ricettività: dobbiamo considerare che l’artista più quotata in Brasile, campione di vendite, Marisa Monte, ha avuto un grande successo con Bem que se quis, versione di una canzone di Pino Daniele, “E po’ che fa’. Quem de nós dois, di Ana Carolina, è una canzone di Gianluca Grignani”, ha spiegato, mettendo in risalto che le icone della musica leggera romantica come Laura Pausini, Eros Ramazzotti ed Amedeo Minghi finiscono con l’aprire la strada alle produzioni meno conosciute in Brasile. Questo può essere provato, secondo Antonio, dal fatto che uno dei CD più venduti in Brasile negli ultimi mesi è una collezione di temi italiani per telenovelas (Som Livre), in cui famose canzoni romantiche dividono lo spazio con le produzioni dei più giovani: “Lí troviamo Tiziano Ferro, per esempio, con le sue influenze del pop inglese e del blues americano”. “Questa generazione presenta una sonorità cosmopolita e viene a provare che la musica leggera italiana non è costituita soltanto dalla canzone romantica. Stiamo parlando di persone che riescono ad unire il pop al rap o al blues” Antonio Cava che, oltre ad altre cose, ha già organizzato una grande mostra su vita e opera di Federico Fellini, sempre presso il Centro Cultural da Justiça Federal, ci ha raccontato che durante mesi si è dedicato personalmente alla ricerca dei migliori nomi dell’attuale mercato fonografico italiano per fare questo lavoro: “Ho deciso di visitare i più grandi negozi di CD di Roma. Entravo in uno e rimanevo là dentro quasi 4 ore. Ne uscivo e entravo in un altro. Ascoltavo tutto ciò che era lanciato sul mercato. Le guardie di sicurezza mi guardavano già un po’ in cagnesco”, scherza. Antonio spiega che nelle opere di questi artisti esiste un grande denominatore comune: la mistura, l’eclettismo. Indagando le loro biografie in Internet, dice di aver scoperto influenze non soltanto nordamericane, ormai egemoniche in tempi di globalizzazione, ma pure africane, pachistanesi, irlandesi e, soprattutto, brasiliane. “Questa generazione presenta una sonorità cosmopolita e viene a provare che la musica leggera italiana non è costituita soltanto dalla canzone romantica”, ha detto. “Stiamo parlando di persone che riescono ad unire il pop al rap o al blues.” Il nome Tropitália è stato deciso giustamente dovuto a questa caratteristica, come riferimento e riverenza al movimento brasiliano chiamato Tropicalismo – ideato da Caetano Veloso e Gilberto Gil verso la metà degli Anni ’60 –, che ha diffuso gli ideali di un’arte antropofagica valorizzando, quindi, la diversità Max di Tomassi tra i cantautori Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, sucessi in Italia Franco Cava in cerca di sucesso in Italia Alle parole di Antonio si aggiungono quelle di Max De Tomassi: “Attraverso versioni e collaborazioni, proviamo che esiste una grande stima da ambedue le parti”, ricorda. “La maggior parte degli artisti italiani considera la musica brasiliana come una delle espressioni popolari più intelligenti e ben fatte del mondo.” La mostra-spettacolo Tropitália: a nova música italiana è stata organizzata con l’appoggio dell’Istituto Italiano di Cultura e rimarrà aperta fino al 31 ottobre. L’entrata è gratuita. Servizio: Centro Cultural da Justiça Federal Av. Rio Branco, 241, Centro - Rio de Janeiro Orario di funzionamento: dalle 12.00 alle 19.00. 12 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 CAPA | Carnaval 2005 CARNEVALE 2005: Mocidade porta Italia sulla pista del samba Andressa Camargo / Gisele Maia B uon Mangiare, Mocidade! A arte está na mesa. Con questo tema la scuola di samba Mocidade Independente di Padre Miguel vuole rendere omaggio alla cultura italiana nel carnevale del 2005. La notizia è stata ufficialmente annunciata il 2 agosto, presso il Consolato d’Italia di Rio de Janeiro. Durante l’evento sono saliti sul palco del teatro 30 componenti della batteria che, sotto la reggenza di Mestre Bira, hanno unito il ritmo del samba a quello della tradizionale “Funiculí Funiculà”, interpretata da Paulo Henrique, che usava abiti focloristici tipici della Sardegna. Vecchi temi sono stati ricordati da Roger Linhares, nuovo interprete della scuola. In una improvvisata pista di danza della Sala Italia si sono presentate anche quattro baiane, tre passiste e una coppia di mestre-sala e porta-bandeira, Rogério Dornelles e Priscila Rosa. Con una piccola bandiera italiana messa all’occhiello, il presidente della Mocidade, Paulo Vianna, ha parlato con la platea nella quale si trovavano, tra giornalisti, membri della comunità italiana e invitati di Padre Miguel, oltre 300 persone, secondo i calcoli dell’addetto stampa della scuola. “Questo è il punto di partenza per il giorno della sfilata. Sicuramente l’Italia sarà ben rappresentata davanti al popolo brasiliano e ai 164 paesi che ricevono le immagini della sfilata della Marquês de Sapucaí”, ha detto Vianna. Nell’intervista ceduta a Comunità, Vianna ha anche detto che il tema gli è stato suggerito da due commercianti italiani di Rio, che volevano un samba sulla culinaria italiana: “Io gli ho detto che l’Italia era molto di più e ho fatto fare una ricerca”, racconta Paulo. Il risultato è stato un immenso quadro sui diversi aspetti dell’influenza italiana su Fotos: Divulgação CAPA | Carnaval 2005 TIM sará il maggiore sponsor della scuola di samba, che ha presentato ufficialmente il suo tema nella Casa d’Italia 13 felice coincidenza, visto che i personaggi di Pierrot, di Colombina e di Arlequim sono diventati, da molto tempo, il mio marchio registrato, essendo legati essenzialmente alle feste di carnevale”, ha detto. “Adesso potrò sfruttarle ancor di più, dovuto alle loro origini italiane”. Inoltre ha aggiunto che creazioni di Michelangelo e Da Vinci saranno parti fondamentali della sfilata, e rappresenteranno l’eredità artistica e intellettuale che gli italiani hanno disseminato per il mondo. Nella pista il tema sarà raccontato in otto parti: Commedia dell’Arte (l’arte teatrale), Venezia (l’arte delle feste), Opera (l’arte musicale), Rinascimento (l’arte delle arti), Tecnologia (l’arte delle scienze), Culinaria (l’arte del sapore), Moda (l’arte delle passerella) e Modernismo (l’eredità dell’arte). In quest’ultima parte del tema, saranno messe in evidenza le influenze artistico-culturali che hanno lasciato l’impronta dell’immigrazione italiana in Brasile. “Artisti italiani che sono venuti in Brasile e artisti brasiliani discendenti da italiani hanno aiutato a fondare il maggior movimento artistico brasiliano, il Modernismo”, spiega Paulo Menezes. Storia della Mocidade Il Gremio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel è stato fondato il 10 novembre 1955, originario dall’Independente Futebol Clube. La Scuola ha adottato i colori della squadra: verde e bianco e, nel 1959, è entrata a far parte del gruppo principale del carnevale carioca con il tema “Da Apoteose ao Samba”. Già a partire dal suo esordio la sua batteria ha guadagnato la fama dovuto alla famosa “paradinha” creata da Mestre André. Con il tema “O Descobrimento do Brasil”, del carnevalesco Arlindo Rodrigues, la Mocidade si è consacrata campionessa nel 1979. L’anno seguente Fernando Pinto diventava il carnevalesco, e ha portato il secondo campionato alla scuola nel 1985, con il tema “Ziriguidum 2001, um Carnaval das Estrelas”. La squadra verde e bianca ha vinto un’altra volta nel 1990, con l’entrata dei due carnevaleschi Renato Lage e Lílian Rabelo. Il tema era “Vira, Virou, a Mocidade chegou”. Nel 1991 ha conquistato il bicampionato con l’indimenticabile “Chuê, Chuá, as Águas Vão Rolar”. Nel 1992, malgrado non sia riuscita ad ottenere il titolo di campionessa, ha fatto un’altra bella sfilata: “Sonhar Não Custa Nada, ou Quase Nada” è diventato l’inno di Padre Miguel e viene cantato ancora oggi dai tifosi della scuola e da componenti di altre associazioni. La Mocidade ha vinto nuovamente nel 1996 (sommando un totale di cinque vittorie nel gruppo principale) col tema “Criador e Criatura”, firmato da Renato Lage. “L’Italia sarà ben rappresentata davanti al popolo brasiliano e ai 164 paesi che ricevono le immagini della sfilata della Marquês de Sapucaí”. PAULO VIANNA Francesco Mariano, Priscila Rosa, Rogério Dornelles e Paulo Vianna exibem a bandeira da Mocidade di noi, nell’arte, nella moda, nel cibo, nella musica. “Ho cominciato subito a scartare altri temi”. Cosí la comunità italiana sa già per chi fare il tifo nel 2005: “Grazie alla divulgazione che il carnevale riceve in tutto il mondo, la cultura italiana resterà in evidenza, il che mi dà un’enorme soddisfazione”, ha detto il console Francesco Mariano, che non si troverà in Brasile per il prossimo carnevale, giacché in ottobre termina il suo tempo di servizio all’estero. “È un peccato. Ma seguirò tutto in televisione”, promette. L’ARTE È IN TAVOLA La Mocidade sceglierà la canzone vincitrice del samba in ottobre, ma il carnevalesco1 Paulo Menezes è già riuscito a portare a termine la concezione visuale della sfilata: i carri allegorici hanno cominciato ad essere costruiti all’inizio di luglio e tutte le maschere sono già state disegnate. Lavorando per la prima volta con la comunità di Padre Miguel, Paulo Menezes è entusiasta del tema. “È stata una TIM: “siamo stati sedotti da questo omaggio” Tema scelto, carnevalesco soddisfatto. Il passo seguente della scuola era quello di andare in cerca di uno sponsor. “Siamo riusciti a firmare un contratto con una grande azienda italiana e ne siamo felici”, ha concluso Paulo Vianna, attraendo le attenzioni su due rappresentanti della TIM presenti all’evento, Mario Cohen e Mozart Galvão. Seduti accanto al console Francesco Mariano, i due dirigenti hanno assistito alle presentazioni di ritmisti e hanno avuto in regalo, direttamente dalle mani di Priscila Rosa, una bandiera creata appositamente per quell’occasione: da una parte, il simbolo verde e bianco della Mocidade Independente, dall’altro una fusione delle bandiere brasiliana e italiana. Mario Cohen dice che due sono stati i motivi che hanno portato l’azienda ad accettare la società con la scuola. Il primo di essi, ovviamente, è stato il tema scelto. “Siamo una grande corporation italiana ospite qui e siamo stati sedotti da questo omaggio al nostro Paese di origine”. Il secondo si collega al grande progetto sociale nell’area musicale portato avanti dalla multinazionale da più di un anno, che si chiama TIM Musica nelle Scuole. Secondo Cohen, quest’attività raggiunge circa 10mila bambini delle periferie di alcune delle maggiori capitali brasiliane – San Paolo, Salvador, Recife, Belém e Porto Alegre. O puxador Paulo Henrique interpreta uma tarantella em ritmo de samba. Abaixo: apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira Per complementare questa iniziativa, la TIM esige, da ognuno dei suoi partner, una controparte sociale. Secondo Galvão, è stato cosí con i produttori del TIM Festival e del Premio TIM di Musica, e cosí sarà pure con i dirigenti della Mocidade. “La scuola è già in possesso di alcuni progetti, mancano delle adeguazioni, definire dei dettagli”. Il presidente della scuola, Vianna, aggiunge: “Ha coinciso tutto, visto che le nostre attività con la comunità sono molte: tagliamo capelli, applichiamo fluoro, diamo borse di alimenti, raccogliamo e distribuiamo indumenti usati. Con la società, tutto questo verrà ampliato”. La Mocidade Independente di Padre Miguel entrerà nella Marquês de Sapucaí con otto carri e circa 3600 componenti il 5 febbraio, alle ore 21, aprendo la sfilata del Gruppo Speciale di Rio de Janeiro. Footnotes 1 ‘carnevalesco’ è il nome dato al creatore del tema, delle maschere e dell’intera concezione della sfilata della scuola di samba di appartenenza. 14 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 CULTURA | Teatro CULTURA | Eventos Q Dopo sette concerti nel sudest, il pianista italiano ritorna in Italia per dedicarsi alla registrazione di Cd Christian Leotta conquista il Brasile uasi cinquemila persone hanno assistito alle presentazioni del pianista Christian Leotta in Brasile. Acclamato dal pubblico e dalla stampa, Leotta ha finito la sua tournée nel sudest il cinque agosto nella Sala Itália, presso l’Istituto Italiano di Cultura di Rio de Janeiro. Nato a Catania, in Sicilia, 25 anni, Leotta è diventato famoso nel mondo perché riesce ad eseguire con maestria le 32 sonate per pianoforte di Ludwig van Beethoven, impresa rara che gli ha reso una medaglia, ricevuta dalle mani del Presidente della Repubblica Italiana, Carlo Azeglio Ciampi, nell’aprile di quest’anno. Le stesse 32 sonate, divise in otto concerti separati, hanno costituito il repertorio della tournée brasiliana – che ha toccato le città di Vittoria (ES), Juiz de Fora (MG) e Rio de Janeiro, sommando sette presentazioni – e di quella estera, svolta in Italia, Svizzera, Olanda e Messico. In un’ intervista rilasciata a Comunità, il giovane artista ha spiegato i motivi dell’importanza di Beethoven per la storia. “È stato l’uomo che ha provocato il passaggio dallo stile Classico del sec. XVIII a quello Romantico del sec. XIX, cambiando per sempre alcune regole musicali e promuovendo lo sviluppo molto più rapido di altre. I miei studi personali sulla sua vita e opera sono stati di grande aiuto per una migliore comprensione del corso della musica”, ha detto Leotta. Al pianista dispiace che i rappresentanti della “vera musica” come, per esempio, Mozart o Villa-Lobos (il suo preferito tra i brasiliani), siano sempre meno ascoltati dalle nuove generazioni e crede che i media abbiano una buona parte di colpa in questa alterazione delle preferenze popolari, visto che trasformano la musica in puro commercio. “Se un giovane vede la televisione per ore durante la giornata, tutto ciò che vedrà saranno video di pop o rock e, se i suoi riferimenti sono questi, come potrà provare Beethoven?”, dice. Leotta ha cominciato a studiare musica agli otto anni, quando ha detto a suo padre, un professore di filosofia, che gli sarebbe piaciuto diventare direttore d’orchestra. “A casa mia si sono sempre ascoltati i classici, ma nessuno mi ha trascinato fino al Conservatorio, ho deciso da solo che volevo questo per me”, ha detto “e ancora penso di trovarmi davanti ad un’orchestra”. Quando aveva 17 anni, Leotta si è laureato, con lode, al Conservatorio Giuseppe Verdi, di Milano e, da quel momento in poi, si è perfezionato negli studi di piano in varie parti del mondo. È anche passato, tra altri, dal Tureck Bach Research Foundation of Oxford, in Inghilterra. Oggigiorno si dedica alla registrazione di una serie di nove Cd, in cui si troveranno, divise tra di essi, le 32 sonate che l’hanno reso famoso: “si prevede che queste registrazioni arrivino in Brasile tra marzo e aprile del 2005”, promette. Andressa Camargo Diretores brasileiros relêem clássicos mediterrâneos T Extos clássicos do teatro mediterrâneo estão sendo revisitados por diretores brasileiros como Augusto Boal e Antonio Abujamra no Ciclo de Leituras Brasil Mediterrâneo. Promovido pelo Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, o projeto foi inaugurado em 13 de setembro, com a apresentação de A Paz, de Aristófanes, e contará com mais oito edições, que acontecerão às segundas-feiras, no Planetário da Gávea. Segundo a dramaturga Alessandra Vannucci, organizadora do evento, as peças saem do eixo dominante da cultura burguesa: “o riso catártico do povo é protagonista desse teatro da miséria, em que a humanidade assume os mais extraordinários papéis”, diz ela. Já para o diretor do IIC, Franco Vicenzotti, é importante difundir esses clássicos no Brasil, devido à latinidade das línguas mediterrâneas. “Além disso, os textos agradam a todas as faixas etárias”. Nas próximas sessões serão interpretados: Asno de ouro, de Apuleio (dia 20/09); A descoberta da América, de Dario Fo (27/09); Filumena Maturano, de Eduardo de Filippo (04/10); Mosqueta, de Angelo Beolco (18/10); Diálogo de Salomão e Marcolfo, de uma autor anônimo (25/10); Esta noite se improvisa, de Luigi Pirandello (08/11), Bafafá, de Carlo Goldoni (22/ 11) e A mandrágora, de Nicolau Machiavel (29/11). (Andressa Camargo) Serviço: Ciclo de Leituras Brasil Mediterrâneo Local: Planetário da Gávea – Rua Padre Leonel Franca, 240. Tel.: (21) 2540-8041 / (21) 2540-8042 Horário: 20h30 Entrada Franca O Teatro de Bérgamo C onsiderado um dos mais importantes grupos de teatro da Europa, o Teatro Tascabile di Bergamo (TTB) esteve de passagem pelo Brasil para apresentações nas cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Fundado em 1973 pelo diretor italiano Renzo Vescovi, o TTB logo ganhou destaque no meio artístico internacional pelas experiências realizadas em duas áreas bastante originais: o teatro de rua e o teatro-dança oriental. Para a turnê brasileira, foram escolhidos dois espetáculos: Valse e E d’amuri t’arricuordi. (Andressa Camargo) notas culturais O s fotógrafos italianos Alessandro Puccinelli e Michelle Tabuccahi apresentam parte de seu trabalho em exposição intitulada Os Trabalhadores da Toscana, que entrou em cartaz no dia 16 de setembro, no SESC de Santo André – SP. Promovida pelo Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, a mostra coloca em foco o operariado toscano em suas mais tradicionais atividades, como a produção de vinho, fabricação têxtil, mineração. (A.C.) Serviço: Os Trabalhadores da Toscana ficará em cartaz até 10 de outubro Endereço SESC: Rua Tamarutaca, 302. Vila Guiomar, Santo André. Horário de funcionamento: das 9 às 18h A comunidade italiana de Petrópolis recebeu um belo presente da Prefeitura local. Trata-se da Festa D’Itália, montada sobre o cenário da antiga Companhia Petropolitana de tecidos (Bairro da Cascatinha), onde muitos imigrantes trabalharam. A abertura do evento, realizada em 17 de setembro, contou com apresentação do coral Municipal e show de Jerry Adriani. Os festejos se prolongaram pelos dias 18 e 19, durante os quais, entre outras atrações, houve performance do grupo Tarantolado, show de Fred Rovella e Missa Campal celebrada pelo Bispo Philippo Santoro. (A.C.) O Ministério das Relações Exteriores Italiano, o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo e o Instituto Italiano para o Comércio Exterior decidiram homenagear a cidade de São Paulo pelos seus 450 anos. Para tanto, se uniram na organização da mostra Shape Mission: design automobilístico no Turim e no Piemonte. A exposição, que será aberta ao público em 15 de outubro, ocupará 700m2 do Instituto Tomie Ohtake e reunirá protótipos automobilísticos, ferramentas e desenhos técnicos, além de alguns modelos de carros italianos em tamanho real. (A.C.) Serviço: Instituto Tomie Ohtake Av. Brigadeiro Faria Lima, 201. São Paulo – SP. Tel: (11) 2245 1900 Horário de funcionamento: de terça a domingo, de 11 às 20h. Entrada franca. 15 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 CULTURA | Dança COMUNIDADE | Literatura 17 Divulgação Vida em prosa e verso Aos 92 anos, a italiana Amelia Sparano publica mais um livro e mantém o hábito diário de escrever A Rio e São Paulo recebem o balé do Scala di Milano U ma das mais importantes e tradicionais companhias de dança do mundo chegará ao Brasil: o Balé do Teatro Scala de Milão. Com duas temporadas, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, o grupo vem trazendo uma novidade: a escolha de 50 crianças brasileiras, 25 de cada uma das cidades, para participarem das apresentações. A montagem escolhida foi “Sonho de Uma Noite de Verão”, obra-prima de 1962, coreografada pelo mestre Georges Balanchine. Sendo este o ano do centenário de seu nascimento, os espetáculos fazem parte da turnê comemorativa. Biagio Tambone, um dos mestres da companhia, e a bailarina Ana Botafogo serão os responsáveis pela seleção de dois grupos, um carioca e outro paulista, formados por 24 meninas, entre 11 e 14 anos, e 1 menino de cinco anos de idade. A exigência é que todos tenham boas noções de balé clássico e freqüentem escolas de dança. A companhia virá completa ao país, com cenários e figurinos originais, totalizando mais de 120 bailarinos no SÃO PAULO - THEATRO MUNICIPAL Disque Dell’Arte SP (11) 6163-5087 24 de Setembro (Sexta-feira) - 21:00h 25 de Setembro (Sábado) - 21:00h 26 de Setembro (Domingo) - 11:00h e 17:00h RIO DE JANEIRO - THEATRO MUNICIPAL Disque Dell’Arte RJ (21) 3235-8545 30 de Setembro (Quinta-feira) - 20:30h 01 de Outubro (Sexta-feira) - 20:30h 02 de Outubro (Sábado) - 21:00h 03 de Outubro (Domingo) - 17:00h VERONESEVIAGGI Datas e horários sujeitos a alteração VERONESEVIAGGI CONSULTE NOSSAS PROMOÇÕES em 6x sem juros VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI SERVIÇO VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI palco. O Teatro Scala de Milão, berço do balé no mundo, ao lado do Opera de Paris, é o único autorizado a dançar a obra-prima de Balanchine, além da companhia fundada pelo próprio coreógrafo nos Estados Unidos. VERONESEVIAGGI 16 literatura, assim como outras artes, perdeu importantes contribuições por conta da dificuldade de acesso das mulheres aos ambientes em que as letras eram tema principal. Ainda assim, o olhar poético feminino sempre marcou presença. Hoje em dia, elas têm mais oportunidades de mostrar talento sem que isso signifique sofrer certos preconceitos. Privilégio só para as novas gerações? Nem sempre. A italiana Amelia Sparano, aos noventa e dois anos, acaba de reeditar e lançar um livro: A Espectadora. Apesar de não ser autobiográfico, é um título sugestivo para quem, do alto de sua longa vivência, pode se considerar uma observadora diferenciada. Ela tirou os originais da gaveta em 2002, depois da morte do marido, com quem conviveu durante 60 anos. Ler, excluir trechos e refazer outros do livro que recebeu uma Menção Especial na década de 80 foi uma maneira de se agarrar à vida. Para isso, não poupou esforços. Em vez de tirar a poeira da antiga máquina de escrever, Amelia decidiu ter aulas de informática. Afinal, o irmão acabara de presenteá-la com um computador que, longe de causar espanto ou gerar a conhecida aversão tecnológica, não rara a pessoas bem mais novas, foi uma “tábua de salvação”, como a própria autora definiu. A literatura sempre fez parte da vida de Amelia Sparano, embora tenha abandonado sua máquina de escrever em diversos momentos, sobretudo enquanto se dedicava aos filhos. Com contos e romances premiados, aqui e na Itália, ela foi vítima de um câncer, na década de 60 e, depois de algumas cirurgias, resolveu descansar. Como? Escrevendo. Já em 1941, havia sido uma das primeiras colocadas em um concurso nacional de monografia, explorando o tema “maternidade na arte”. Nessa época, Mussolini fazia discursos em que defendia que a mulher havia sido feita para a maternidade assim como o homem para a guerra. Ao mesmo tempo, o governo fascista incentivava, por exemplo, a produção acadêmica feminina, já que o contin- gente masculino estava recrutado. Aluna da Universidade de Gênova, mas não regularmente inscrita, Amelia participou do concurso por insistência de um professor que lhe conseguiu uma carteira oficial de estudante. Foi assim que ela fez parte do grupo das 100 universitárias escolhidas, em todo o país, que lotaram o cassino de San Remo, então às moscas, já que a maioria de seus clientes estava empenhada no esforço de guerra. Sua tese baseada em filosofia da arte, longe de reproduzir o conservadorismo do Duce, falava da importância da mulher como ícone de representação artística mítico-religiosa. “Não quis escrever as baboseiras que Mussolini esperava que moças como eu dissessem”, comenta. E completa: “O cristianismo pegou a mentalidade judaica de um Deus único. Com isso, o povo italiano, sentiu saudades de uma Deusa. O que aconteceu ao longo da história? Pintaram a Madonna, por exemplo, como fez Raffaello”. Ainda na Itália, também chegou a traduzir sonetos, redigiu textos para operetas, e escreveu contos. Veio para o Brasil acompanhar seu marido, com quem se casou em 1942. Ele, Carlos Sparano, era filho de um diplomata brasileiro, nascido na Itália. O objetivo da viagem era receber uma herança deixada pela mãe dele, brasileira, e fazer as pazes com o pai, com quem havia brigado por causa de Amelia. Isso porque a escritora, dez anos mais velha, o conheceu quando ele só contava 16. Começou o namoro com disputas de natação que valiam o beijo da moça, que nunca se preocupou com o teor da aposta porque sempre ganhava e não tinha que pagar o prêmio. Mas não adiantou. Casaram-se e, quando estava grávida do terceiro filho, vieram para o Brasil. Deixaram para trás uma Itália em ruínas: ferrovias desativadas por falta de trilhos, estradas inviáveis, pontes destruídas. Faltava comida. Vieram para um país nem tão desconhecido, não só devido às origens do marido. O convívio de Amelia com a avó portuguesa colaboraram para que a barreira lingüística jamais fosse um problema para ela. Aqui, encontrou uma atmosfera um pouco diferente. Não só porque estava mais distante do que havia sido o epicentro do horror. Financeiramente, desde o início, a realidade se mostrou mais favorável. O marido, conta Amélia, recebeu uma fazenda que logo modernizou, transformando-a numa grande empresa de extração de feldispato – muito utilizado na fabricação de louças e porcelanas. Poucos anos depois do golpe militar, por volta de 67, o setor se retraiu. Venderam imóveis para não demitirem empre- gados. Logo veio a solução: da mesma fazenda, viram que era possível extrair granito. A prosperidade, então, voltou à família. Apesar disso, Amelia Sparano diz não gostar de luxo e se orgulha por ter andado de ônibus até os 88 anos, o que só deixou de fazer quando fraturou o braço direito. Até que o marido adoecesse, quando já completava 90, ainda fazia compras no supermercado e andava sozinha nas ruas do Rio, trazendo sacolas nas mãos, apesar de ter passado a utilizar os serviços de táxi, por força das circunstâncias. Ao ser perguntada sobre a freqüência com que escreve, responde com um sorriso despreocupado de quem soube viver a vida: “Quando calha”. E acaba calhando todo dia. “Mas é sempre uma coisa diferente. Às vezes contos, outras, poesias, traduzo textos meus antigos”. Ela diz que toma notas e depois passa tudo para o computador. Se vê algum problema em utilizar a tecnologia? Nenhum. Tem e-mail e acessa a Internet. Mas lamenta que já não enxergue tão bem e precise ser auxiliada pela secretária. Esta aprendeu italiano com a própria Amelia, para que as dificuldades de visão da autora não fossem um impedimento para sua avidez por conhecimento. A ESPECTADORA Num cenário rural, mas impregnado de urbanidade, a história descortina os conflitos gerados por disparidades sociais, políticas e econômicas. A decadência de uma família da aristocracia do campo, o choque entre gerações, preconceito e atraso em tempos modernos são alguns dos elementos que compõem o texto. As críticas ao conservadorismo, à mentalidade exploradora e à sociedade hipócrita são feitas por uma personagem-espectadora (não por acaso) que, deslocada em uma festa de bodas, é dona de um olhar crítico, quase exterior à narrativa. Em constantes diálogos consigo mesma, é o elemento de ligação para que a história seja compreendida em sua totalidade e não nos escape a reflexão sobre alguns fracassos das elites brasileiras. Gisele Maia Amelia Sparano na noite de lançamento, na Livraria da Travessa, em Ipanema Serviço Adquira o livro no site da Editora Comunità: www.comunitaitaliana.com.br/livros/livros.htm 18 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 ESPORTE | Atualidade ESPORTE | Atualidade Olimpíadas 2004: Itália permanece entre os gigantes do esporte mundial Gisele Maia O oitavo lugar geral conquistado pela Itália não representa uma de suas melhores campanhas olímpicas, mas não foge muito à média histórica registrada. Das 25 Olimpíadas até aqui, desde Atenas 1896, a Itália só não participou de duas. De lá para cá, os italianos mantiveram-se entre os dez principais países no cenário esportivo mundial em quase todas as edições dos Jogos – com exceção de quatro. A pior posição conquistada foi o décimo quarto lugar geral, nas Olimpíadas de Montreal, em 1976 - motivo de decepção para os italianos. Em Atenas 2004, a Itália disputou medalha a medalha a sétima posição com a França, que acaO maratonista Stefano Baldini, corre para o ouro na prova que encerrou os Jogos de Atenas Vista do Estádio Pan-Athenian durante a corrida dos 110m com barreiras 1896 - A Itália não participou da primeira edição dos Jogos da Era Moderna, em Atenas. Os Estados Unidos foram o país a obter mais medalhas de ouro, abrindo a nova fase do esporte mundial como o favorito, apesar da Grécia, segunda colocada, ter conquistado mais que o dobro de medalhas no total, contando com as de prata e bronze. 1908 - Um indício de recuperação para os italianos veio com as Olimpíadas de Londres. As duas vitórias, uma na ginástica, com Alberto Braglia, e outra na categoria dos pesos ligeiros de luta greco-romana, com Enrico Porro, mais duas medalhas de prata, foram suficientes para garantir a nona posição no quadro geral. No topo, o time da casa: a Grã-Bretanha conquistou 139 medalhas, subindo ao degrau mais alto do pódio 50 vezes. Em seguida, os Estados Unidos e a Suécia. 1896 1900 de ginástica individual e por equipe 1908 1920 Antuérpia Londres St. Louis Disputa entre o italiano Italo Santelli, 6º, e o francês Jean-Baptiste Mimiague, 2º colocado O maratonista Dorando Pietri 1904 - Curiosamente, depois de uma atuação significativa em Paris, nenhum atleta italiano participou dos jogos de Saint Louis. Mais uma vez os estadunidenses foram os favoritos, com 232 medalhas, 74 das quais de ouro. O nada ameaçador segundo lugar ficou para Cuba, com cinco ouros conquistados, três pratas e três bronzes. Edera Cordiale-Gentile, prata no arremesso de disco 1948 – Em Londres, realizou-se a Olimpíada simbólica da paz. Mas era ainda muito frágil: numa Europa recém-saída da Guerra, foi difícil para os atletas italianos evitarem o olhar avesso das delegações de outros países e a lembrança de Mussolini. Ainda assim, a Itália manteve-se entre os cinco países com mais medalhas de ouro. Foram, ao todo, oito: arremesso de disco, canoagem, duas no ciclismo, pólo-aquático, esgrima, luta grecoromana e pugilismo. O quinto lugar conquistado a colocou atrás apenas da França, Hungria, Suécia e dos Estados Unidos – novamente os primeiros na classificação geral. 1948 1936 1932 Helsinque Londres Berlin Los Angeles Amsterdan 1920 – Nas Olimpíadas de Anversa, a Itália galga quatro posições em relação aos jogos anteriores e torna-se a sétima nação do esporte mundial, com 13 medalhas de ouro. Cinco vitórias foram da equipe de esgrima, que tinha em Nedo Nadi um líder inconteste. Durante a cerimônia em que recebeu a sua segunda medalha de ouro, Nadi foi interpelado pelo rei da Bélgica, intrigado por já ter dado os cumprimentos e premiado o esgrimista dois dias antes. Foi quando Nadi respondeu: “Com a permissão de Vossa Majestade, nos veremos ainda outra vez aqui”. E não deu outra: ele venceu também a prova de espada em equipe. 1924 – Os jogos retornaram a Paris. Desta vez, a Itália tem a melhor colocação da história, apesar de isto não ter representado um recorde quanto ao número de medalhas. Foram 16 no total, oito de ouro – cinco a menos que nas Olimpíadas de Anversa. A falta de Nedo Nadi foi sentida: sem ele, os “azuis” da esgrima tiveram que se contentar com uma única vitória. O país a conquistar mais medalhas foram os Estados Unidos, com 44 ouros, num total de 98 subidas ao pódio. Logo atrás vieram os finlandeses, os franceses, os britânicos e, então, os italianos. 1932 - Em Los Angeles, os italianos obtiveram um êxito jamais repetido: terminaram os jogos como a segunda maior nação do esporte, atrás dos norte-americanos. Para os azuis, foram 12 medalhas de ouro, 12 de prata e 12 de bronze. Desta vez, também foi maior o número de esportes que se destacaram: de todas as vitórias, quatro foram da ginástica, três do ciclismo, duas da esgrima, uma da luta greco-romana, uma do tiro e outra do atletismo. 1936 – Os Jogos de Berlim, na Alemanha de Hitler, ficou marcado na história. Foi lá que Ondina Valla, do atletismo, se consagrou como a primeira das italianas a conquistar um ouro olímpico. A Itália terminou na quarta posição do ranking. Em primeiro, segundo e terceiro ficaram, respectivamente, os alemães, os norte-americanos e os húngaros. Os ginastas de exercício de solo: o húngaro Stephen Pelle (ouro), o suíço Georges Miez (prata) e o italiano Mario Lertora (bronze) 1960 – Finalmente, depois de instituídos há 64 anos, os Jogos foram parar em Roma. O fundador das Olimpíadas modernas, Pierre de Coubertan, em 1908, havia proposto que as competições se realizassem na “Cidade Eterna”, para que se resgatasse o classicismo das manifestações da antiga Grécia. Mas, na época, a capital italiana não reunia as condições necessárias para sediar o evento máximo do esporte. No entanto, mais de meio século depois, o mundo pôde presenciar um cenário único durante a realização dos jogos: as competições de luta foram na Basilica di Massenzio; as provas de ginástica tiveram como palco as Terme di Caracalla; o hipismo ganhou a Piazza di Siena e a maratona se desenvolveu ao longo da estrada antiga de Roma, com passagem pelo Arco di Constantino. A dona da casa terminou em terceiro no quadro geral, com 13 medalhas de ouro. Os vice norte-americanos levaram 34 e os soviéticos, novamente os primeiros, subiram ao topo do pódio 42 vezes. 1968 1956 1960 1964 – Em Tóquio, o italiano Abdon Pamich teria sua última chance de lutar pelo ouro olímpico. O atleta, durante toda a maratona de 50 quilômetros, manteve-se na liderança. No trigésimo oitavo quilômetro, ao se “reabastecer”, ingeriu um chá muito gelado que não caiu bem e ele teve que parar. O inglês Nihil passou, então, à frente, e permaneceu com uma vantagem de vinte segundos. Mas, nos últimos quilômetros, Pamich acelerou e garantiu a tão sonhada medalha, chegando ainda 19 segundos antes de Nihil. Foram 10 ouros para a Itália, em quinto lugar outra vez, atrás da Alemanha, Japão, União Soviética e Estados Unidos. Roma Melbourne 1952 – Dezesseis anos depois de Ondina Valla, outra vez uma atleta italiana é motivo de orgulho: Irene Camber, que chegou às Olimpíadas de Helsinque sem constar no hall das favoritas, foi vitoriosa no torneio de fioretto. A Itália manteve o posto ocupado em Londres: quinta posição na classificação geral, novamente com oito medalhas de ouro. Mas alguns sinais de mudanças no cenário mundial surgem. Os norte-americanos, de novo os primeiros colocados, dividem o pódio geral com a União Soviética, em segundo lugar, e a também comunista Hungria, em terceiro. 1980 1976 1956 – Em Melbourne, a Itália realizou a proeza de ocupar um pódio inteiro: na prova individual de esgrima, os azuis estavam representados nos três degraus, com Carlo Pavesi, Giuseppe Delfino e Edoardo Mangiarotti. Mais uma vez, foram oito vitórias , repetindo também o quinto lugar geral das duas Olimpíadas anteriores. Os soviéticos conquistaram para si o status de favoritos no esporte mundial, com 35 medalhas de ouro, de um total de 96. Foram seguidos pelos Estados Unidos, que obtiveram 32 vitórias em 74 subidas ao pódio. 2000 1996 1992 1988 Sydney Atlanta Barcelona Seoul Los Angeles Moscou Montreal Munique 1968 – Na Cidade do México, a Itália obteve apenas três medalhas de ouro, ficando em décimo terceiro lugar geral – um resultado melhor apenas do que o registrado em 1912. Uma das vitórias foi de Klaus Dibiasi, no salto ornamental da plataforma. Ele havia sido prata em Tóquio, no trampolim. Primeiro, segundo e terceiro lugar para Estados Unidos, União Soviética e Japão, respectivamente. Klaus Dibiasi durante as competições de saltos ornamentais Os cavaleiros Raimondo D’Inzeo e seu irmão Piero, ganharam prata e bronze respectivamente Pietro Mennea correndo para o ouro nos 200m 1984 México Tóquio 1980 – A XXII edição dos Jogos Olímpicos foi em Moscou, onde a Itália teve uma significativa recuperação no quadro geral: de volta ao quinto lugar, os italianos saíram da então capital soviética com oito medalhas de ouro. Uma delas veio de Sara Simeoni, o que representou a segunda vitória do atletismo feminino depois de Ondina Valla. Sprint em uma disputa feminina 1972 1964 1952 Paris Paris Atenas 1928 – Na IX edição das Olimpíadas modernas, em Amsterdam, a Itália manteve-se como o quinto país no quadro geral de medalhas. Foram sete de ouro, mas o frenesi ficou por conta do bronze conquistado pelo futebol. Na semifinal, os “azuis” jogaram contra os uruguaios, campeões de 1924 e então favoritos ao título. Quem abriu o placar foi Baloncieri, mas os uruguaios tiveram o resto da partida para marcar mais três gols. Deixaram para os italianos apenas a chance de um terceiro lugar, o que de fato aconteceu. O público comemorou o resultado do time, e muitos ainda tiveram a oportunidade de ver vários dos jogadores brilharem como campeões das Copas do Mundo de 1934, em Roma, e de 1938, em Paris. 1928 1924 Estocolmo 1900 – Desta vez em Paris, a Itália ficou em oitavo lugar, atrás da Alemanha, Austrália, Suíça, Bélgica, Grã Bretanha, Estados Unidos e a nação número um daquele ano, a anfitriã França, que conquistou 29 medalhas de ouro de um total de 101 – uma enorme distância para os vice norte-americanos, que subiram ao pódio 49 vezes, 20 das quais ao lugar mais alto. bou se saindo melhor. Ainda assim, os azuis se reafirmaram entre os primeiros da União Européia, na frente de gigantes como a Inglaterra e a Espanha. Em relação ao número total de premiações, o desempenho foi semelhante ao das duas últimas edições dos Jogos: ao todo, 32 pódios em Atenas – foram 34 em Sidney, 35 em Atlanta. Para que todos pudessem conhecer melhor a participação da Itália ao longo da Era Olímpica Moderna, Comunità preparou uma linha do tempo, onde será possível verificar dados e conhecer algumas curiosidades. 1912 - Em Estocolmo, todas as vezes que a Itália subiu ao pódio ocupou o espaço dos campeões. Foram apenas três medalhas, mas todas de ouro. O que na classificação geral resultou no décimo primeiro lugar. Mais uma vez os donos da casas tiveram o melhor desempenho: a Suécia conquistou 65 medalhas, 25 de ouro. Foi seguida pelos Estados Alberto Braglia, primeiro Unidos e pela Grã-Brecolocado nos exercícios tanha. 1912 1904 19 1972 – Nas Olimpíadas de Munique, os azuis tiveram um desempenho um pouco melhor: subiram três posições em relação à Cidade do México. O décimo lugar geral deveu-se às cinco medalhas de ouro do salto ornamental (com o bicampeonato de Klaus Dibiasi), hipismo, tiro e duas vezes no esgrima. O destaque, no entanto, foi para Novella Caligaris, prata nos 400 metros nadolivre, e bronze nos 800 livre e 400 Medley. Foi a primeira vez que a natação da Itália chegou ao pódio. 1976 – Em Montreal, os italianos foram vitoriosos por duas vezes, ficando com a décima quarta posição geral. Mas uma das medalhas de ouro representou um feito inédito: o tricampeonato olímpico de Klaus Dibiasi. A grande vencedora de Montreal foi a União Soviética. 1984 – A Itália quebrou seus recordes nas Olimpíadas de Los Angeles: apesar de ter se mantido no quinto lugar geral, foram 14 medalhas de ouro. Três delas no atletismo – outro feito inédito. A equipe de esgrima trouxe mais três, ciclismo, pugilismo, canoagem, pentathlon moderno, tiro, luta greco-romana e levantamento de peso. No quadro geral, a Itália ficou atrás da China, República Federal da Alemanha, Romênia e Estados Unidos – os campeões e donos da casa. 1988 – Em Seoul, a Itália continua entre os dez países com maior número de vitórias olímpicas, mas perde quatro posições na classificação geral. Das medalhas de ouro, uma foi perdida para sempre: a equipe de canoagem composta por Pietro Poli, Gianluca Farina, Davide Tizzano e Agostino Abbagnale, depois da premiação, foi jogada na água, como parte da celebração. Mas Agostino, procurando apoiar-se dentro d`água, segurou-se em Tizzano e, com isso, arrancou a medalha do pescoço do companheiro. Foram várias buscas, mas a medalha ficou no fundo do Rio Misari, na Coréia do Sul. Josefa Idem, prata no K1 500m na canoagem O ciclista Fabio Casartelli medalhista de ouro 1992 – As Olimpíadas de Barcelona reservou grandes surpresas para os azuis, apesar do resultado final ter sido o décimo primeiro lugar geral. Numa final contra os donos da casa, a equipe de pólo-aquático conquista a vitória e o chamado time “settebello” retorna à Itália com um ouro que não se repetia há 32 anos. Foram seis vitórias italianas num total de 19 pódios. Antonio Rossi, ouro no K1 500m na canoagem 1996 – Em Atlanta, a Itália volta a ter um dos melhores desempenhos da história com a conquista de 13 medalhas de ouro. Na classificação geral, ficou em sexto lugar. Uma das vitórias foi do ginasta Jury Chechi, que quatro anos antes tinha sofrido uma contusão no pé direito às vésperas da abertura das Olimpíadas de Barcelona. 2000 – Nos Jogos de Sidney, os italianos novamente levaram para casa treze medalhas de ouro. Várias delas vieram da natação, com Domenico Fioravanti, nos 100 e 200 metros peito, e Max Rosolino, nos 200 metros misto. Outras medalhas saíram das águas, com a equipe de canoagem, duas vezes do caiaque e vela. Na esgrima, foram mais três. E duas outras no ciclismo e uma no judô. Na classificação geral, os azuis ficaram em sétimo lugar. 20 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 21 GASTRONOMIA ECONOMIA | Atualidade Franco Urani L a rivista settimanale VEJA del 25 Agosto riporta una pagina pubblicitaria con la linea di autocarri IVECO costruiti nel moderno stabilimento di Sete Lagoas – Minas Gerais, aggiungendosi al leggero DAILY giá qui fabbricato da alcuni anni insieme al DUCATO della FIAT AUTOMOVEIS, la linea pesante e media EUROCARGO ed EUROTECH che prima era prodotta in Argentina, sulla base delle strategie Mercosud. Ora tutti i veicoli sono 100% brasiliani e destinati al Brasile ed all´America Latina. L´IVECO (Industrial Vehicles Corporation) era nata nel 1975, dall´unione tra la FIAT VEICOLI INDUSTRIALI di Torino, l´OM di Brescia che apparteneva da tempo alla FIAT e la MAGYRUS DEUTZ di Ulm Germania che si associava com un 20% - poi ritirato - nella nuova Company. Agli autocarri FIAT aveva dato impulso eccezionale la prima guerra mondiale e poi le altre successive. Qualcuno si ricorderá del film “La Grande Guerra”, le impervie strade dolomitiche di terra che portavano al fronte e le colonne di camions FIAT che si inerpicavano bravamente carichi di truppe, armi e rifornimenti. Poi, sui deserti africani ed in Etiopia, aveva reso servizi ineguagliabili il mitico FIAT 682, un autocarro pesante FIAT di facilissima manutenzione, capace di affrontare le strade piú difficili e, si dice, di fluttuare addirittura sul deserto. Era rimasto in produzione per un 40 anni, prodotto alla SPA di Torino e montato in Libia, Etiopia, Nigeria L´OM di Brescia era piú rivolta a veicoli leggeri e medi, distinti con graziosi nomi di animali (Leoncino, Tigrotto, Orsetto, Cerbiatto ed altri), tecnologia assai avanzata specie nei motori fatti in collaborazione com la svizzera Saurer. La MAGYRUS DEUTZ era specializzata in veicoli pesanti per servizi speciali e pompieri, tutti dotati con il famoso motore Deutz raffreddato ad aria. Io ero entrato all´IVECO pochi mesi dopo la sua costituzione, ritornando a Torino dopo avere realizzato le industrie FIAT in Brasile. Avrei dovuto assumere la direzione commerciale della FIAT VEICOLI INDUSTRIALI in Italia ed all´estero, poi la responsabilitá delle iniziative oltremare, successivamente quella della sola America Latina. Non avevo alcuna esperienza del settore, ma mi ero conquistato qualche benemerenza in quanto, nel 1973, avevo contribuito a rompere il ghiaccio tra FIAT ed ALFA ROMEO, avviando una trattativa con la FNM, Fabrica Nacional de Motores di Xerem - Rio de Janeiro, in cui Alfa Romeo, oltre a fabbricare l´automobile mod. 2300, costruiva autocarri pesanti da cantiere con motore diesel di 11 litri, vecchi ma collaudatissimi (una specie di FIAT 682) ed assai apprezzati, completamente verticalizzati in quell´immenso stabilimento tropicale e con un mercato solo domestico ma non male, di un 3.000 unitá all´anno. Tra i bresciani dell´OM che avevano preso il sopravvento all´IVECO pur dovendosi trasferire a Torino ed i milanesi dell´ALFA ROMEO sorse una specie di solidarietá lombarda che agevoló una partecipazione FIAT al 43% del capitale FNM, con l´intento di fabbricarvi la linea leggera e medio medio/pesante di derivazione OM ed affiancare all´autocarro industriale FNM uno FIAT da trasporto piú moderno. Si trattó di un´operazione condotta – dagli anni 75 al 77 - con grande entusiasmo e dovizia di investimenti, con assunzione FIAT dell´intero capitale FNM ed una complessa integrazione con altre iniziative congeneri IVECO in Sud America. Purtroppo, il decollo dell´iniziativa avvenne in coincidenza con una fortissima e persistente contrazione dei mercati che gli specialisti di marketing non avevano previsto, motivata dallo smorzamento generale dell´espansione economica ed anche dal fatto che le strade sud-americane erano migliorate ed in parte asfaltate, per cui gli autocarri potevano fare servizi piú rapidi e durare piú a lungo a scapito del mercato. Quindi Marcelo Valle L´IVECO IN BRASILE Satyricon l´iniziativa FNM ebbe durata di pochi anni e fu chiusa verso il 1984. A parte questa disavventura iniziale, l´IVECO ebbe in Europa un notevole consolidamento che le consente una partecipazione al 20% del mercato, seconda dopo MERCEDES. In Spagna acquistó la fabbrica PEGASO dove concentra le fabbricazione dei carri pesanti, in Francia costituí una joint-venture paritetica con la RENAULT per la fabbricazione di autobus Irisbus. In Turchia funziona da tempo con successo una joint-venture con la locale TOFAS per la produzione di vari modelli di veicoli parzialmente nazionalizzati. In Cina poi, fu costituita da alcuni anni un´altra joint-venture con un gruppo locale per la produzione dei veicoli leggeri DAILY che, sull´onda dell´espansione eccezionale di questo Paese, sta andando assai bene. Ed i prodotti sono tecnologicamente all´avanguardia. In America Latina le iniziative industriali andarono a comprensibile rilento, ma mi pare che ormai si parta sul serio. Non sará certo facile inserirsi in Brasile, Argentina, Venezuela etc., mercati disputatissimi dalle maggiori marche internazionali ma, al solito, potrá costituire un fattore importante la preferenza dei discendenti di italiani (sperando che sappiano che l´IVECO é in gran parte derivata da FIAT/OM), una volta rassicurati sul prodotto e sulla ferma volontá di restare e consolidarsi. Speriamo che si tratti di un´altra iniziativa di successo nello Stato del Minas Gerais. Comolatti all’avanguardia culturale e tecnologica I All’apetura della Sala nella FGV Sergio Comolatti espone gli obiettivi del suo Gruppo nell’integrarsi con il sistema Universitario l Gruppo Comolatti guidato dal giovane presidente CEO Sergio Comolatti ha realizzato un accordo, per quattro anni iniziali, con l’Università Fondazione Getulio Vargas, una delle più prestigiose del Brasile nella quale gli alunni che per primo entreranno all’Università potranno disporre di una sala con le più moderne tecnologie delle discipline dell’insegnamento. Direttori del settore industriale e dell’insieme dei mezzi di trasporto, della Fondazione, personalità del mondo accademico e culturale oltre che della comunità italiana erano presenti alla cerimonia d’apertura. Il discorso augurale è stato proferito dal prof. Francisco Mazzucca e concluso da Sergio Comolatti che ha sottolineato l’importanza per il settore industriale di partecipare con le università a questo programma integrativo di formazione e di trasferenza di teconologia. Tutto ciò ha dimostrato la vocazione industriale e sociale del Gruppo Comolatti in promuovere la formazione professionale ed universitaria dei nostri giovani. Il Gruppo Comolatti del settore di autoriposizione, rivendita di veicoli pesanti, di pneumatici, del settore immobiliario, del turismo e dell’intrattenimento occupa tra impieghi diretti ed indiretti circa 2.500 persone e commercializza 75.000 prodotti. Il suo biglietto da visita è il ristorante Terrazzo Italia, con una delle viste panoramiche più spettacolari di San Paolo. (V.S.) Fernanda Maranesi / Gisele Maia S iamo al Satyricon. Lo scopo di questa pagina é quello di presentare un Ristorante ed un suo piatto italiano. Non é facile dunque parlare del Satyricon, il Ristorante piú conosciuto di Rio in Brasile e non solo. Tutte le guide dedicate alla gastronomia nominano persaggi illustri e conosciutissimi di ogni nazionalitá che hanno in varie occasioni dichiarato il loro entusiasmo per piatti nostrani degustati proprio qui; io stessa ve ne potrei nominare alcuni che ho avuto il piacere di accompagnare e non lo faccio solo perché l´elenco é troppo lungo. Il proprietario, Miro Leopardi, da tanti anni in Brasile, tanti da aver ormai imbrattato con molte espressioni “cariocas” il suo imperdibile accento romanesco, era un serio ristoratore giá in Italia quand´era molto giovane e, trasferi- tosi a Rio, ha continuato a difendere le nostre piú classiche tradizioni culinare, utilizzando quanto di meglio offra il mercato locale e seguendo con attenzione l´evoluzione del gusto che richiede piatti sempre piú “sani” e meno elaborati. Da questo storia ha avuto origine il mio piatto di pesce preferito, diventato ormai un classico, le cui varianti sono minime e dovute solamente a qualche tipo di pesce diverso ogni tanto, che vengono scelte per tale uso i migliori del momento. Si chiama: “Trimare” e presenta cinque tipi di carpaccio ed altrettanti di “tartare”, odorosi di erbette aromatiche. É un piatto al quale non puó rendere giustizia una descrizione, almeno non una mia, per cui posso solo dire che il solo modo per conoscerlo é degustandolo, meglio se accompagnato da un “Roero Arneis” di Bruno Giacosa. Non é il solo piatto imperdibile del Satyricon, basterebbe segnalare, ad esempio, i sontuosi gamberi rossi, dei quali parleremo in altra occasione. Oltre ai complimenti a Miro non possiamo non ricordare la presenza di Marly, padrona di casa sempre impeccabile, che ha molto contribuito al grande successo di questo Ristorante. Miro Leopardi ao lado de Vittorio del Gatto, relações públicas do Satyricon A experiência adquirida por Miro Leopardi na Itália e a vontade de conhecer melhor o ramo da pesca o levou a diversos países. Foi este o motivo que o trouxe ao Brasil pela primeira vez, em 1974. Por aqui, a riqueza pesqueira era pouco explorada. Havia muito camarão, produto que na Europa já andava escasso, mas não existia um mercado consolidado, seja para o consumo interno ou para a exportação. Segundo ele, conhecer o Brasil foi uma surpresa agradável. Melhor ainda porque aqui encontrou sua mulher, Marly, que é também sócia de Miro. Com motivos de sobra para não mais deixar o país, em 1976 inaugurou seu primeiro restaurante - o Pirata -, no Leblon. Três anos depois, chegou a vez do Oásis, em Búzios. Esta, aliás, foi a cidade que, na época, escolheu para viver e abrir o primeiro Satyricon, em 1981. O Satyricon de Ipanema data de 1985, quando Miro já acumulava experiência o su- ficiente para acreditar no sucesso da investida. No entanto, ele afirma que ainda é muito difícil manter um restaurante de tradição no Brasil, mesmo na zona sul carioca. Na Itália, apesar dos custos também serem altos, existe um mercado maior e as pessoas frequentam mais os ambientes sofisticados. Afinal de contas, não estamos falando de uma pizzaria. Será que não? Pois, em 1998, ele também inaugurou o que hoje é, segundo os críticos, o lugar onde se come a melhor pizza do Rio de Janeiro: a Capricciosa. Atualmente, são quatro delas em locais privilegiados: Ipanema, Barra da Tijuca e Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, além de Búzios. “Sabe qual é, hoje, o maior concorrente do Satyricon? A Capricciosa! Eu ficaria com ciúmes se eu não fosse o dono dela também!”, brinca Miro. O endereço do Satyricon é: Rua Barão da Torre nº192 - Ipanema Tel: (21) 2521-0627 Rio de Janeiro - Brasil TRIMARE Para o tartare: 100g de atum fresco 100g de salmão fresco 100g de robalo fresco 100g de pargo fresco Para o molho robalo: 2 colheres de sopa de azeite extravirgem 2 colheres de cebolinha (parte branca) picada suco de 1⁄2 laranja sal e pimenta do reino a gosto salsinha fresca picada para decorar - Misture bem todos os ingredientes e sirva acompanhado do robalo. Para o molho do pargo: 2 colheres de sopa de azeite extravirgem 2 colheres de cebolinha (parte branca) suco de 1⁄2 limão 1⁄4 de alho bem picado sal e pimenta-do-reino a gosto salsinha para decorar - Misture bem todos os ingredientes e sirva acompanhado do pargo. Para o molho do salmão: 2 colheres de sopa de azeite extravirgem 1 colher de chá de cebolinha (parte branca) picada suco de 1⁄2 limão 1 colher de chá de endro fresco picado sal e pimenta do reino a gosto - Misture bem todos os ingredientes e sirva acompanhado do salmão. Para o molho do atum: 2 colheres de sopa de azeite extravirgem 1 colher de chá de cebola ralada 1⁄4 de dente de alho bem picado 2 colheres de sopa de purê de tomate molho de pimenta malagueta a gosto sal a gosto 1 colher de salsinha fresca picada - Misture bem todos os ingredientes e sirva acompanhado do atum. Modo de preparo 1 – Limpe bem os peixes e corte-os em filés, retirando a espinha e a pele. 2 – Com uma faca bem afiada, corte o robalo e o pargo em fatias bem finas no sentido horizontal, acompanhando o sentido do filé. 3 – Com o salmão e o atum prepare o tartare, picando os peixes em pedaços bem miudinhos. Acrescente os respectivos molhos e misture bem. Faça uma bolha e achate formando um hambúrguer. 4 – Na hora de servir, arrume os filés de robalo e pargo, separadamente, no canto de cada prato. Coloque os molhos desses peixes em uma tigela à parte em frente ao prato. No outro canto de cada prato, disponha os hambúrgueres de salmão e atum. Sirva com pedaços de limão. 22 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81 OPINIÃO | Cartas OPINIÃO | Cartas Lettere Cartas Lettere Cartas Lettere Cartas Lettere Cartas Lettere HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO E ASSOCIATIVISMO S 23 ou presidente da Associação Amigos do Piemonte do Rio de Janeiro, mas, mais do que isso, sou uma italiana que veio criança para o Brasil e que procura compreender e trabalhar a favor de uma união de culturas que, sem dúvida nenhuma, tem sido muito importante na formação deste país. Falta aos italianos na Itália saberem um pouco mais quem somos nós. Escrevo-lhe para parabenizá-lo pelo Editorial do número 80 desta ótima revista e gostaria de manifestar minha tristeza pelas palavras de Alessandra Meineri que, pelo que entendi, é uma italiana residente na Itália e que veio conhecer o Brasil através de um ou mais períodos de estágio em empresas italianas. Lamento sua indignação e lamento por seu desconhecimento da história da imigração deste país. Aliás, isso demonstra como somos pouco conhecidos pela Itália de origem. Acredito que isso mudará se a Itália desenvolver uma política de relações internacionais com mais amplitude, e em todos os níveis (imprensa inclusive, como bem dito por você, ou intercâmbio acadêmico concreto através da agência brasileira ligada ao MEC, que é a área em que eu trabalho, por isso a cito). Afinal, o Brasil é o País que possui o maior contingente de descendentes italianos, creio eu. De nosso lado, ainda concordando com você, acho que se houvesse um maior índice de participação no associativismo e fossemos mais unidos, também poderíamos fazer muito pela manutenção e valorização da cultura ítalo-brasileira. É importante salientar que hoje o associativismo não se limita em reunir testemunhos das imigrações, mas é um instrumento de forte ligação com as regiões italianas que pode concretizar muitas idéias sempre a favor da união de duas culturas. O que o mundo nos reserva é a aproximação entre culturas e não a separação. Acho que as associações deveriam ter uma grande participação de jovens, que serão protagonistas de uma nova mobilidade social. São nossos ítalo-brasileiros ou brasileiros que irão para a Itália estudar ou trabalhar e serão os italianos que virão para o Brasil. Todos irão aprender algo, dos dois lados. Mas precisam ser incentivados. HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO E ASSOCIATIVISMO II IL NUOVO CGIE INDIGNAÇÃO E REPÚDIO T È C enho 33 anos, me formei em Direito e possuo MBA em Telecomunicações. Sou diretor de Relação com Agências & Governo pela Sociedade Brasileira de Telecomunicações, presidente do Partido PSL do Diretório Municipal de Indaiatuba-SP, conselheiro da Sociedade Ítalo-Brasileira e cônsul da Sociedade Esportiva Palmeiras. Como ítalo-brasileiro, discordo completamente de Alessandra Meineri. Acredito que ela não conheça bem São Paulo e a comunidade italiana que aqui reside: a Itália é, sim, muito bem representada em nossa sociedade. Quero lembrar que o IRE (Italianos Residentes no Exterior) ajuda bastante no crescimento social, econômico e cultural deste país, não tendo absorvido como defeito a tal comodidade que, simplória e ignorantemente, ela atribui ao nosso povo. Veja, por exemplo, o que representa para o Brasil e o mundo a Sociedade Esportiva Palmeiras e o Palestra Itália. Sobre a matéria publicada, não sei como vocês verificam o trabalho dos jornalistas no Rio de Janeiro, mas, em São Paulo, os descendentes de italianos são perseguidos até hoje pela mídia. Para comprovar isso, basta ler Imigração e futebol – O caso Palestra Itália (José Renato de Campos Araújo, Editora Sumaré). Portanto, se o embaixador Vincenzo Petrone não convidou a imprensa a participar do pleito na Embaixada, ele deve ter suas razões. Para finalizar, gostaria de dizer que sou assinante da Comunità Italiana há dois anos e gosto das matérias publicadas, apesar de nunca ter encontrado sequer uma reportagem sobre a Sociedade Esportiva Palmeiras, fundada em 26/08/1914 com o nome Società Palestra Itália. Gabriella Rossi Alessandro Bertoli [email protected] [email protected] HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO E ASSOCIATIVISMO III NOTA DA REDAÇÃO HOMENAGEM A GIUSEPPE D’ANGELO I Apesar da indignação dos leitores, é importante observar um aspecto positivo: equivocada ou não, a opinião da jovem Alessandra Meineri gerou uma breve reflexão que interessa a todos nós. Há que se reavaliar o papel das instituições de representação da comunidade italiana no exterior, não com o intuito de fazer críticas que não levem a lugar algum, mas com o objetivo de fortalecer a imagem da Itália e seus descendentes no Brasil. O tema precisa estar presente nas nossas pautas de discussão, nos mais diversos ambientes. Comunità é apenas um dos tantos espaços que devem servir de cenário para debater questões tão relevantes para nós. E que os leitores estejam à vontade para emitirem suas opiniões sempre! Quanto à Società Palestra Itália, Alessandro, sabemos que nem sempre é possível dar conta da variedade de assuntos que interessam e envolvem a comunidade italiana no Brasil. O que prova o quão rica e presente é a cultura da Itália e grande é a nossa responsabilidade. F l numero 80 della vostra rivista riporta la lettera della signora Alessandra Meineri. Mi dispiace che sia venuta fin quà per conoscere un’altra cultura e sia rimasta delusa. Mi sembra che non abbia cercato un’altra cultura facilmente reperibile, afro-brasiliana, nordestina, gaucha o semplicemente constatare come persone di etnie o religioni diverse vivono in armonia. Non voglio difendere la cultura locale, le virtù dei brasiliani, perché non ne hanno bisogno. Da molti anni vivo in Brasile, mantenendo sempre un piede in Italia dove passo lunghi periodi, ho così una esatta visione dei due paesi. Recentemente ho scritto un libro, edito in Italia, ed in un capitolo che allego analizzo tre città che ben conosco: New York, Buenos Aires e São Paulo mi sembra che potrebbe servire alla signora Meineri a cui consiglio, se mi permette, di stare tranquilla, digerire ed essere convinta che noi non pensiamo solo ad arrichirci, non aumentiamo il dislivello sociale, non ci sentiamo superiori a nessuno e molto meno trattiamo con disprezzo i brasiliani. I lettori di Comunità Italiana hanno il diritto di sapere in quale istituzione italiana, a São Paulo, la signora Meineri abbia fatto il suo “stage” e se per caso ha usufruito di una borsa di studio o qualche facilitazione elargita dallo stato italiano. Colgo l’occasione per inviarLe cordiali saluti e congraturarLa per la qualità della rivista. Vittorio Romanelli Vromanelli@hotmail .com Lettere Cartas Lettere Cartas Lettere Cartas Lettere Cartas Lettere oi com muita emoção que li o número especial do Mosaico em homenagem ao D´Angelo. Caminhar pelas palavras de seus amigos fez-me sentir sua presença ainda mais forte, e sua ausência mais difícil. Meu profundo agradecimento a você, a Franco Vicenzotti e a todas as pessoas que participaram dessa edição marcada pelo entusiasmo e amor ao próximo, sentimentos com os quais D´Angelo trilhou sua existência. Marinete D´Angelo marinete @redebrasil.tv.br fatta. Per la prima volta sono due i rappresentanti del C.G.I.E. (Consiglio Generale Italiani all’Estero) che rappresentano San Paolo, la più grande città italiana all’Estero, alla Farnesina. Di fatti, dalla riunione di fine fiugno a Brasile sono usciti il coro delle 4 voci Antonio Laspro e Claudio Pieroni (San Paolo), Walter Petruzziello (Curitiba) e Mario Araldi (Belo Horizonte) presso il Ministro degli affari Esteri, sede del C.G.I.E. per i prossimi cinque anni. Manifestazioni di giubilo in tutta San Paolo. Secondo Giuseppe Marcheggiano, un voto avvocato della Comunità, “Finalmente è stata rimediata magnificamente la situazione, abbiamo oggi due nostri rappresentanti, al Consiglio Generale. È stata cosi cancellata la “figuraccia” della passata legislatura, quando una città come San Paolo, non aveva nessuno presso il MAE”. Particolarmente felice il Presidente del Comites, Rita Blasioll Costa la quale dopo i risultati ha cosi affermato! “Sono orgogliosa di essere il Presidente di uma Comunità come questa. Sono sicura che isieme a Pieroni e a Laspro, faremo um ottimo lavoro per il futuro”. Per moi invece la situazione è mista: da una parte siamo contenti per il risultato ottenuto, dall’altra un pò rattristati per il risultato alquanto strano per il numeri. A Pieroni 51 voti a Laspro invece “38”. Come qual? I due correvano insiene, (forse Pieroni ha preso la scorciatoial) uno o due voti di differenza si possono capire, tredici per la verità sono un’esagerazione tra “la buona idea” (51) e la Corea (38º parallelo) c’è qualcosa che induce al sospetto, non convince, è un “ambo secco... chianoscuro!” È vero che in politica vale tutto, vince chi inganna di più, trapolle mosse, contromosse, inboscate, è uma partita a scacchi. Vince chi inganna meglio... gli avversari, no gli alleati, sai chiaro. A parte queste considerazioni, non esito a formulati pubblicamente i miei complementi per la tua “Comunità Italiana” sempre carica di servizi, “reportage”, interviste di indubbio interesse e dal taglio giornalistico di prima qualità. Te lo dico com la massima sincerità e anche come consigliere delle F.U.S.I.E. (Federazione Unitária Stampa Italiana all”Estero) non solo come membro Del C.G.I.E. “diamo a Cesare quel che è di Cesare”. Inoltre, ci tengo a puntualizzare che il sottosoritto non ha nessuna intezione di rappresentare a Roma, “solo San Paolo”, ma bensì tutto il Brasile, come precrive la legge. Anzi colgo l’occasione per ringraziare, dalle colonne del giornale da te diretto, tutti coloro i quale hanno avuto fiducia nel miei confronti, con loro suffragio. Sicuro di contare – sulla tua cortese disponibilità, caro Direttore, ti ringrazio anticipatamente e colgo l’occasione per inviarti oltre, al mio indirizzo (“sono disponibile fin d’ora per tutti i connazionali”) anche i più cordiali saluti. Avv. Antonio Laspro [email protected] onsidero uma vergonha que seu site publique colunas como a de Giovanni Meo Zilio, onde se afirma que os descendentes de italianos residentes no exterior deveriam gozar de um canal privilegiado para entrar na Itália por motivos de trabalho por serem “naturalmente mais afins” do que “albaneses, tunisianos, marroquinos etc” a se integrarem no “nosso contexto histórico, lingüístico-cultural e social”. O colunista - que escreveu no diário La Padania, de conhecido cunho racista, em se tratando do veículo de informação do partido Lega Nord, que nasceu pregando a separação do Norte da Itália do Sul pela suposta “superioridade étnica” da população da primeira - acata deste jeito a arcáica e bárbara concepção segundo a qual o que tem prioridade na hora de determinnar as políticas públicas de um país é o critério étnico-racial e não os direitos fundamentais de todos os seres humanos, que lhes correspondem em quanto tais. De fato, toda pessoa - independente de sua naconalidade e de qualquer outra condição, seja ela econômica, racial, cultural, religiosa, de gênero, opção sexcual etc. - tem direito de ir e vir livremente e escolher onde viver e trabalhar, e todo Estado tem o dever de garantir os direitos civis e políticos e os direitos econômicos, sociais e culturais (entre eles, condições de trabalho dignas) para qualquer ser humano, independente de ser tunisiano, marroquino, albanês ou descendente de italianos no exterior. Por estas razões, manifesto repúdio e indignação perante colunas como a do senhor Meo Zilio e espero que, nas próximas edições, esta revista rejeite opiniões racistas, discriminatórias e contrárias aos valores democráticos e os direitos humanos. Antonino Condorelli Natal - RN RISPOSTA CARO DIRETTORE, H o ricevuto la mail del 23 agosto da lei inviatami per conoscenza e scrittale dal signor Antonino Condorelli di Natal il quale, collegandosi a un mio articolo del 2 novembre 2002 (!) pubblicato dal suo giornale su “Ingresso in Italia per ragioni di lavoro: quota riservata agli Italo-Argentini”e riferendosi anche a un mio precedente articolo pubblicato su “La Padania” il 19 febbraio 2002 intitolato “Emigranti italini, ritorno grazie alla Lega”, accusa me e il giornale “La Padania” di “razzismo” per avere auspicato prima, e per essersene rallegrati poi che il Ministero del Lavoro e delle Politiche Sociali Italiano, nel suo decreto-flussi 2002, in applicazione della Legge Bossi-Fini, abbia riservato “una quota di ingressi per motivi di lavoro a 4.000 persone di origine italiana residenti in Argentina. Si è previlegiata per ora l’Argentina data la gravissima crisi economica che si è abbattuta su quel paese amico la quale coinvolge i discendenti di tanti italiani che a partire dall’ ‘800 l’hanno popolata e fatta crescere facendo onore a quell’Italia che li ha spesso dimenticati”. L’auspicio di un “canale preferenziale” per gli oriundi italiani ai fini del rientro nella loro patria per motivi di lavoro, fatto proprio, fra l’altro, dall’Assemblea del Consiglio Generale degli Italiani all’Estero, partiva dalla premessa che nel Decreto-flussi 2001 erano previste delle “quote speciali per l’inserimento nel nostro mercato del lavoro di tunisini, marocchini, somali e soprattutto di albanesi ma non c’era menzione dei nostri oriundi”. Nel settembre dello stesso anno il Governo Italiano, su proposta del Ministro per gli Italiani nel Mondo, on. Tremaglia, approvò l’inserimento di un emendamento al D.D.L. in itinere intitolato “Modifiche al DL 25 -7-1998, n. 286”, sulla disciplina dell’immigrazione che prevedeva quote riservate di ingresso ai lavoratori di origine italiana per parte di almeno uno dei genitori fino al terzo grado in linea retta di ascendenza residenti nei paesi non comunitari. Nel settembre del 2000 d’altronde il Comitato organizzatore della Pre-conferenza latinoamericana realizzata in Montevideo in preparazione della Prima Conferenza degli Italiani nel Mondo aveva approvato, come raccomandazione, una mozione in favore del “canale preferenziale” per i nostri concittadini e oriundi all’estero ai fini di un loro inserimento nel mercato del lavoro, anche “tenuto conto che gli italiani e gli oriundi italiani all’estero presentano caratteri di omogenietà culturale, linguistica e religiosa con i loro confratelli d’Italia”. Pertanto il Governo italiano ha recepito un’istanza che, oltre ad essere obiettiva, non proveniva solo dalla Lega ma dal Consiglio Generale degli Italiani all’Estero che rappresenta appunto tutti gli Italiani all’estero. Quanto alle considerazioni che il signor Condorelli scrive sulla Lega Nord e sul suo giornale “La Padania” esse si commentano da sé: “de minimis non curat pretor”. Prof. Giovanni Meo Zilio